Asciminibe agora aguarda avaliação de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e em breve estará disponível no Brasil nas apresentações de 20 mg e 40 mg
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o registro de asciminibe da farmacêutica Novartis, conforme publicação no Diário Oficial da União em 12 de maio de 2023. O medicamento é indicado para o tratamento de pacientes adultos com leucemia mieloide crônica cromossomo Philadelphia positivo (LMC Ph+) em fase crônica, previamente tratados com dois ou mais inibidores da tirosina quinase (ITQ)[2].
Esta aprovação foi concedida com base no ASCEMBL – um estudo de fase III, aberto e randomizado de asciminibe, um inibidor da proteína BCR-ABL (STAMP), vs bosutinibe em LMC após mais de dois ITQs prévios[3].
A leucemia mieloide crônica é um tumor nas células formadoras de sangue, chamadas mieloides, que são encontradas na medula óssea e, geralmente, causam um aumento no número de glóbulos brancos, como neutrófilos ou granulócitos, que normalmente combatem a infecção[4].
As pessoas com LMC têm uma mutação genética ou alteração nas células da medula óssea, chamada de translocação t (9;22), ou seja, parte cromossomo 9 se rompe e se reconecta a uma seção do cromossomo 22, formando o cromossomo Philadélfia ou cromossomo Ph. O cromossomo Ph é composto por 2 genes chamados BCR e ABL que se unem em um único gene de fusão chamado BCRABL²
A LMC é uma doença de progressão lenta e quando não tratada pode avançar por três fases: crônica, acelerada e blástica ou aguda[5]. Ao longo do tempo, a quantidade de células leucêmicas em excesso leva a diminuição da produção de células saudáveis, podendo causar problemas à saúde como anemia, facilidade de formar hematomas, sangramento que leva mais tempo para cessar e maior probabilidade de infecções.
Asciminibe atua diferentemente de todas as outras terapias até então disponíveis. Ao invés de ligar-se ao sítio de trifosfato de adenosina (ATP), local onde os outros ITQs agem para inibir a ação da proteína BCR-ABL, que está associado à produção excessiva das células responsáveis pela leucemia, ele atua em seu sítio alostérico, isto é, o bolso de miristoil. Assim, através da ação do medicamento, a enzima assume sua forma inativa e, portanto, toda sinalização associada ao processo de patogênese da LMC que estava ativa é interrompida. Este é um mecanismo inovador, que pode representar uma nova opção para pacientes que são resistentes ou intolerantes a terapias prévias.
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Referências:
[1] https://www.gov.br/anvisa/
[2] https://consultas.anvisa.gov.
[3] VARELA, Ana Inés. Leucemia mieloide crónica: resiliencia para el manejo de la resistencia. In: Hematologia: Volumen 25-Educacional-XXV Congreso Argentino de Hematología. Sociedad Argentina de Hematologia, 2021. p. 313.
[4] Cancer.net. Leukemia – Chronic Myeloid – CML: Introduction. Disponível em: https://www.cancer.net/cancer-
[5] Cancer.net. Leukemia – Chronic Myeloid – CML: Phases. Disponível em: https://www.cancer.net/cancer-