Psicóloga indica algumas estratégias que devem ser incorporadas no dia a dia para reduzir o desconforto e o sofrimento gerados pelo distúrbio
Nem todas as pessoas estão plenamente satisfeitas em relação a sua aparência. Querer minimizar ou corrigir alguns pontos que causam incômodos é algo comum para muitas, no entanto, há casos em que essa insatisfação pode ser um indício de algo mais sério, podem indicar um quadro de Transtorno da Imagem.
O Transtorno Dismórfico Corporal ou Transtorno da Imagem é um distúrbio psicológico que se caracteriza pela alteração da percepção que o indivíduo tem dele mesmo e pela insatisfação excessiva da sua aparência. Muitas vezes, o descontentamento com a própria figura faz com que as pessoas tenham uma visão deturpada de si mesmas e a mínima imperfeição – muitas vezes algo que só ela enxerga – se torna uma grande questão gerando sofrimento emocional e problemas de autoestima.
Entre as possíveis causas que podem originar esse quadro estão traumas emocionais, pressão estética e predisposição genética. De acordo com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da UNINASSAU Recife, campus Graças, Daniella Lima, essa condição pode implicar em diversas consequências negativas na vida de quem é acometido indo desde a baixa estima até doenças mais sérias.
“A depressão é uma das enfermidades que podem não só surgir, como também, agravar o Transtorno Dismórfico Corporal. Esse quadro também pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de disfunções alimentares como anorexia e isso ocorre porque essa condição, aliada a uma baixa estima patológica e a sensação da falta de controle sobre a própria imagem, traz um desconforto em relação ao corpo. Dessa forma, buscando maneiras de amenizar esse sentimento, muitas pessoas recorrem a estratégias radicais para tentar atingir um padrão corporal que para elas são o ideal. Além disso, elas podem se isolar socialmente e se submeter a intervenções e procedimentos que em muitos casos são desnecessários. Esse comportamento é nocivo porque vira um ciclo vicioso, elas sempre irão querer modificar alguma coisa por acharem que nunca está bom o bastante”, explica.
A psicóloga ainda afirma que nem sempre o diagnóstico é fácil e rápido, pois o distúrbio pode ser interpretado como vaidade, ou até mesmo apenas como uma baixa-estima sem causa aparente. Para o diagnóstico ser fechado deve-se considerar não só o nível da preocupação com a imagem, mas também, como essa preocupação interfere e causa impactos negativos na vida, no cotidiano e nas relações interpessoais desse indivíduo.
“Quem é afetado por esta condição pode reverter esse cenário com o auxílio de um profissional, além de estabelecer algumas estratégias no dia a dia para reduzir o desconforto e o sofrimento, como fazer terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia, evitar se comparar com outras pessoas, evitar se comparar com fotos de outras pessoas, evitar se olhar no espelho com o intuito de buscar “defeitos” e imperfeições. Nos casos em que já se nota uma depressão, uma ansiedade ou um transtorno alimentar, por exemplo, o indicado é buscar um médico psiquiatra para avaliar o caso, e se necessário, receitar medicação. Assim que os sinais se manifestarem, é preciso buscar ajuda para que a situação não se agrave e para que o paciente tenha mais qualidade de vida e bem-estar”, orienta Daniella Lima.