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Paralisia facial: o que você precisa saber sobre os tipos e sintomas

Neurologista explica sobre AVC, síndrome de Ramsay Hunt e paralisia de Bell

Apesar de ser assustador, a paralisia facial pode ocorrer com qualquer pessoa, de qualquer idade, por vários motivos. De acordo com a médica neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, Dra. Inara Taís de Almeida, isso pode acontecer tanto por um problema no sistema nervoso periférico, como por uma lesão no cérebro, um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

O que diferencia os dois casos é o local da face que a paralisia acomete. No caso de um AVC, o paciente apresenta dificuldade de mexer a boca ou sorriso torto.

“Além da paralisia facial, outros sintomas estão associados ao AVC, como dormência ou fraqueza nos braços ou pernas, alteração para andar, confusão mental e dificuldade de fala. A movimentação da testa e fechar os olhos mantêm-se normais, sintomas relacionados a problemas com o sistema nervoso periférico”, explicou a especialista.

Enquanto o AVC é causado por falta de irrigação sanguínea na parte do cérebro responsável pela movimentação do rosto, a paralisia facial periférica pode ser motivada pelo vírus do herpes, o mesmo responsável pelo aparecimento de bolhas nos lábios e genitais, por exemplo.

O vírus varicela-zoster – responsável pela catapora e pelo herpes-zoster – pode causar a síndrome de Ramsay Hunt.

“Essa síndrome paralisa o rosto, pois é uma doença infecciosa que afeta o nervo facial, perto de um dos ouvidos, que controla os movimentos da metade da face. Os principais sintomas são erupções cutâneas com bolhas próximas aos olhos e fraqueza/paralisia facial”, contou a neurologista Dra. Inara Taís de Almeida.

Além da síndrome de Ramsay Hunt, a paralisia de Bell também causa danos aos movimentos do rosto. Ela não é totalmente conhecida, existe uma possível associação com o vírus do herpes. Os principais sintomas são assimetria da boca quando a pessoa tenta sorrir e dificuldade em fechar o olho do lado atingido.

“O diagnóstico é feito através do exame clínico, ou seja, através de testes realizados na própria consulta com um especialista. O tratamento é feito com medicações e fisioterapia nos músculos da face, sendo alta as chances de recuperação”, esclareceu.

Com sintomas semelhantes à paralisia de Bell, a doença de Lyme acomete o nervo facial e consequentemente os movimentos do rosto. Essa infecção é transmitida por carrapato, causando anormalidades neurológicas, cardíacas ou articulares. Porém, é importante lembrar que é raríssima no Brasil.

A especialista ressalta ainda que cada pessoa tem uma resposta diferente às doenças, mas que o diagnóstico rápido, o tratamento e a fisioterapia precoce são os principais fatores que determinam uma boa recuperação. Portanto, assim que perceber os primeiros sintomas, procure atendimento médico.

 

Sobre a especialista:

Dra. Inara Taís de Almeida – Neurologista e Neuroimunologista de São Paulo, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia. Graduação em Medicina pela Faculdade de Tecnologia e Ciências e residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fellowship clínico (especialização) em Neuroimunologia no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes na Universidade Federal de São Paulo – Unifesp.

Instagram: @inara.neuro