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Bolinha branca com odor na boca: entenda por que elas existem e como tratar

Por Renato Tadeu Barufi, otorrinolaringologista e professor mestre do curso de Medicina da Universidade de Franca – Unifran

Entre o início de sua adolescência até o presente momento, você já deve ter se deparado com uma pequena bolinha branca que saiu na sua boca, possuindo um forte odor. Essa ocasião não se repete com frequência, acontece uma vez ou outra, mas ocasionalmente vai aparecer. Afinal, o que são essas bolinhas ou melhor dizendo: os cáseos amigdalinos?

A palavra cáseo é derivada do latim caseum, que significa queijo. Essa denominação, possivelmente, relaciona-se com o seu odor ácido e azedo, semelhante ao queijo curado. É uma pequena massa, alojada temporariamente nas criptas amigdalinas, formada por depósitos de alimentos macerados que gradualmente são deixados nos caminhos das amigdalas, no momento da mastigação e deglutição. Após um determinado tempo, dependendo do volume e quantidade de criptas destas amigdalas, as bolinhas se deslocam para a base da língua quando são engolidas involuntariamente ou expelidas para fora da boca no momento de um espirro, ou quando percebido pelo paciente.

Os cáseos não são classificados em tipos ou graus de gravidade. Não impactam a saúde da mucosa oral, bem como não evoluem para uma doença grave, eles apenas são constrangedores quando o acúmulo é exagerado. Quanto a prevalência destas bolinhas em relação a idade, não predomina em nenhuma faixa etária, mas é menos comum antes dos 12 anos e no idoso longevo.

Estudos mais recentes, dentro da especialidade, direcionam as conclusões para o tratamento mais eficaz, sendo eles: a cirurgia denominada tonsilectomia das palatinas (amigdalectomia) e a relação dos cáseos com a halitose crônica.

Outras alternativas que ajudam na eliminação e tratamento dos cáseos são: gargarejos com água morna e sal, gargarejos com chás de diversas ervas, aumento da ingestão de ervas ácidas principalmente o alho, jejum de determinados alimentos derivados do leite e carboidratos, enxaquatórios diversos, sprays e uso de pomadas dentro das criptas amigdalinas.

Também como forma de prevenção, uma medida de tratamento é realizar a retirada dos cáseos com objetos longos ou com os próprios dedos sempre que formar massas mais doloridas. Este é um procedimento que precisa ser realizado com muito cuidado ou com profissionais habilitados, isso porque feito de forma errada pode provocar uma infecção ou lesão na mucosa.

Existem também medicamentos até com uma efetividade maior, por exemplo, compostos que contêm iodo ressublimado, além dos remédios fitoterápicos, estes últimos com pouca eficácia se comparado ao tratamento cirúrgico.

Por fim, no que se relaciona com a indicação do tratamento cirúrgico como solução da amigdalite crônica caseosa, é necessário esclarecer que a eficácia está no fato de não haver mais a possibilidade de acúmulo dos cáseos. Já outros sintomas associados podem apenas melhorar em partes, como a halitose. Sendo assim, esse problema deve ser diagnosticado com precisão pois a intervenção cirúrgica implica em riscos cirúrgicos e sintomas às vezes desagradáveis no pós-operatório.

Autor:
Renato Tadeu Barufi, otorrinolaringologista e professor do curso de
Medicina da Universidade de Franca – Unifran

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