Antes considerado tabu, tema é importante e deve estar presente nos diálogos familiares, diz médica da Origen BH
Conhecer nosso corpo e os sinais que ele nos dá é de extrema importância na construção de uma rotina saudável de prevenção a questões relacionadas à saúde. Os cuidados reprodutivos da mulher estão entre aqueles que devem ter início ainda na adolescência, após a menarca – primeira menstruação da jovem. Eles são essenciais para garantir que a mulher, em sua juventude e maturidade, acompanhe a saúde dos órgãos reprodutivos e os mantenha em bom funcionamento.
“No caso do aparelho reprodutivo, é importante que a mulher desde jovem conheça o seu, pois descuidos podem trazer implicações na saúde reprodutiva no futuro”, pontua a médica ginecologista Maria Clara Amaral, da clínica Origen BH.
Segundo ela, a menina deve começar a ir ao ginecologista a partir da primeira menstruação. Este encontro é importante para a criação de vínculo de confiança entre o médico e a jovem paciente, além dela receber as orientações do que é o não normal nessa fase. “O período para fazer a transição entre o pediatra e a (o) ginecologista é de até dois anos após a menarca. Antes, essa transição era tabu, mas hoje em dia está mais tranquila. Até porque há uma demanda das próprias mães, que se preocupam com a questão de a filha ter orientações na adolescência sobre contracepção e também sobre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que podem acarretar prejuízo na saúde reprodutiva do futuro”, explica Maria Clara.
Conforme a ginecologista, é a partir do segundo ano da menstruação da jovem menina que é possível avaliar se os ciclos menstruais já estão regularizados e como são suas características.
“A regularidade dos ciclos indica sobre a ovulação e isso diz muito sobre o corpo dessa menina/mulher e sobre seu sistema reprodutivo. As pacientes que não têm ciclos regulares devem ser observadas preventivamente, com o acompanhamento médico. Isso porque, caso futuramente queira engravidar, essa não regularidade da menstruação não tenha impacto sobre a questão ovulatória”, comenta.
Cólicas e secreções – Outra questão a ser observada é a cólica menstrual. De acordo com médica, ela é subvalorizada na maioria das vezes. “Muitas pessoas acreditam que ter cólica intensa durante a menstruação é normal, mas não é. Essas dores podem estar relacionadas à endometriose ou à adenomiose e estar atenta a esses sinais é importante”, explica.
Secreções vaginais alteradas, devem ser avaliadas, pois podem indicar algum tipo de infecção. Algumas bactérias como a clamídia e o gonococo podem levar a alterações e até mesmo obstrução nas tubas uterinas, podendo causar infertilidade futura. Segundo a médica da Origen BH, pacientes jovens, sexualmente ativas, devem, portanto, estar atentas às ISTs, recebendo do médico, informações sobre o uso de preservativos e a prática de sexo seguro. “Por isso, a ida à (ao) ginecologista uma vez por ano para controle e cuidado básico com o sistema reprodutivo é fundamental”, acrescenta Maria Clara.
Sobre a Origen
Fundada há mais de 20 anos pelos médicos Marcos Sampaio e Selmo Geber, a Clínica Origen de Medicina Reprodutiva nasceu com o objetivo de centralizar a atenção médica, a disponibilidade da tecnologia e o acolhimento humano no bem-estar e respeito a seus pacientes, auxiliando-os na realização do sonho da maternidade.