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Dia Mundial da Saúde Bucal alerta para prevenção do câncer de boca

Segundo dados do INCA, no Brasil, cerca de 15 mil pessoas devem ser diagnosticadas com a doença em 2023. Somente na região Sudeste são esperados 8 mil casos

Em 20 de março é celebrado o Dia Mundial da Saúde Bucal. Além de destacar a importância da higiene oral, a data traz também um alerta para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer da cavidade oral – tumor que acomete a região dos lábios e estruturas da boca como gengiva, bochecha e língua.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o próximo triênio são esperados 15 mil novos casos da doença por ano no país, sendo a maior incidência entre os homens (11 mil). Já no Sudeste do Brasil, este tipo de câncer está entre os quatro mais incidentes na população masculina e deve atingir em média 6 mil homens – de um total de 8 mil casos esperados para essa região-. Somente no Estado de São Paulo, 4 mil pessoas devem ser acometidas. 

De acordo com a Dra. Cristiane Mendes, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, o principal tipo da neoplasia é o carcinoma de células escamosas, que representa 90% dos casos. “Ele surge nas células que formam o revestimento da boca, podendo ser classificado como “in situ” – presente apenas na superfície – ou invasivo, quando já alcançou camadas mais profundas”, explica a médica.

A oncologista destaca ainda, que esse é um alerta não só para os paulistas, que estão em uma das regiões com maior incidência deste tipo de câncer, mas para todos, que podem se prevenir através de cuidados básicos. ”Evitar o uso de cigarros e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, manter boa higiene oral, proteger os lábios do sol – com o uso do filtro solar- e fazer visitas periódicas ao dentista”, acrescenta Cristiane.

A transmissão do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano) por sexo oral também pode levar ao surgimento do câncer da cavidade oral. Quando se tem HPV, a manifestação de tumores nesta região é mais precoce. “É importante ressaltar a importância da vacinação contra o HPV ainda na infância, conforme calendário do Ministério da Saúde, além do uso de preservativo, inclusive durante a prática do sexo oral, como medidas preventivas desta neoplasia”, conclui a oncologista.

Cristiane Mendes ressalta que uma alimentação pobre em frutas, legumes e verduras, sobrepeso e obesidade, também são fatores que podem levar ao surgimento do câncer de boca. 

Sintomas

“Feridas nos lábios e na boca que não cicatrizam; manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas e sangramento frequente na cavidade oral são os sinais associados a neoplasia nessa região. Também pode surgir nódulos (caroços) no pescoço e rouquidão persistente. Em estágios mais avançados, a pessoa pode apresentar alteração no hálito, emagrecimento, fraqueza e dificuldade para falar, mastigar e engolir”, conclui a oncologista.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de cavidade oral pode ser feito através de exame clínico, e a confirmação depende da biópsia da lesão. Confirmada a doença, exames de sangue e de imagem são realizados para definir o estadiamento da doença e o tratamento. 

Tratamento

“Em grande parte dos casos, a cirurgia é indicada. Outras formas de tratar a doença são: radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. O tratamento deve ser definido após discussão com equipe multidisciplinar”, finaliza Cristiane.

Dra. Cristiane Mendes, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto – divulgação