Presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial esclarece dúvidas sobre uma das cinco cirurgias plásticas mais realizadas no mundo
O cuidado com a aparência facial tem ganhado um espaço cada vez maior na vida das pessoas, seja por estética ou saúde. E, no verão, a procura por cirurgiões tende a aumentar, por ser a época do ano em que as pessoas entram de férias, o que é oportuno para o repouso necessário de recuperação.
De acordo com o relatório anual da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), divulgado em janeiro deste ano, a rinoplastia está entre os cinco procedimentos de cirurgia plástica mais populares em 2021. O Brasil é o país que mais realizou esse tipo de procedimento naquele ano, seguindo o mesmo protagonismo visto em 2020. Em 2021, foram feitas 78.720 cirurgias dessa categoria, segundo o ranking que avaliou 10 países, entre eles Estados Unidos, Turquia e México. Em todo o mundo, foram mais de 995.149 rinoplastias, um aumento de 16,7% quando comparado a 2020, segundo a organização internacional.
A rinoplastia é a cirurgia plástica que remodela e modifica a forma do nariz, sendo possível aumentá-lo, reduzi-lo ou alterar o seu formato, para deixá-lo mais harmônico com relação à face, além de ser associada a procedimentos que podem ser feitos junto a outras técnicas para melhorar a respiração, como em pacientes que necessitam fazer a correção dos desvios do septo nasal e/ou a redução dos cornetos nasais – popularmente conhecidos como “carne esponjosa”.
Segundo o Dr. José Roberto Parisi Jurado, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e com larga experiência em rinoplastia, realizar o procedimento cirúrgico no verão requer cuidados específicos para o pós-operatório.
“Na rinoplastia, o cuidado deve ser ainda maior, pois o nariz é uma área sensível e difícil de ser coberta e a exposição ao calor pode causar manchas, aumentar o inchaço e influenciar na cicatrização”, explica o otorrinolaringologista. O calor em excesso dilata os vasos sanguíneos, o que pode aumentar ainda mais os edemas na região que passou por uma cirurgia plástica. Logo, é importante manter protegida a parte do corpo operada, evitando a exposição ao sol ou calor muito intenso.
Cuidados
Os médicos otorrinolaringologistas têm uma longa formação dedicada ao entendimento da fisiologia e da funcionalidade do nariz, além do estudo da harmonia facial. Mas os resultados esperados não dependem somente desses profissionais, mas também do comportamento do paciente durante o pós-cirúrgico. “É importante seguir corretamente todas as orientações do cirurgião, pois os cuidados após a cirurgia também influenciam no resultado da rinoplastia”, acrescenta Jurado.
Outras recomendações do médico otorrinolaringologista são:
– Nas primeiras semanas após o procedimento o paciente não deve se expor ao sol, pois pode piorar o edema e causar manchas.
– Evitar locais com altas temperaturas, porque podem causar inchaço no local, principalmente nas primeiras semanas após o procedimento, atrapalhando o processo de cicatrização.
– O curativo pós-cirurgia deve permanecer por sete dias e não pode ser molhado.
– Até a cicatrização total, não se deve molhar a região. Portanto, é necessário manter cautela ao entrar na piscina e no mar.
– Nos meses seguintes, com a proteção de chapéus e com filtro solar, pode-se ficar mais tranquilo, mas sem exagerar, a fim de evitar manchas.
O pós-operatório pode parecer um desafio. Porém, seguindo corretamente os cuidados após a rinoplastia e recomendados pelo especialista, o processo será tranquilo.
“É importante entender que, no verão, grande parte da população tende a passar por situações adversas ao dia a dia comum, como frequentar parques ou espaços abertos de grande abertura para a luz solar, como praias e piscinas. E são nesses momentos que o cuidado deve ser redobrado”, finaliza o presidente da ABORL-CCF.
Sobre a ABORL-CCF
Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade por meio de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.