No ano passado, as emissões de renda fixa movimentaram mais de R$ 457 bilhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais, a ANBIMA. Desde então, a conjuntura macroeconômica pouco mudou, e a renda fixa deve continuar atraindo a atenção dos investidores.
Renda fixa é um tipo de investimento em que o cálculo da rentabilidade é definido no momento da aplicação. Em outras palavras, é um investimento em que o rendimento é mais previsível e, geralmente, com menor chance de perda financeira em relação a investimentos de renda variável, como ações, por exemplo.
Os investimentos em renda fixa podem ser feitos em diversos títulos, como Certificados de Depósitos Bancários, as Letras de Crédito Imobiliário, as Letras de Crédito do Agronegócio, e as debêntures, entre outros. Cada um deles possui características específicas, como prazo de vencimento, taxa de juros, risco e liquidez, que devem ser consideradas pelo investidor na hora de escolher onde aplicar seu dinheiro. Ainda de acordo com a ANBIMA, o resultado da renda fixa em 2022 foi puxado pelas debêntures, que somaram R$ 271 bilhões no período .
No ano que começa, a conjuntura macroeconômica continua a mesma, ao menos no quesito taxa de juros. Segundo o economista Lúcio Silva, do Grupo Euro 17: “esse ano, os juros começam mais altos que no ano passado, e a inflação deve seguir um pouco mais comportada. As incertezas sobre a política fiscal deverão diminuir e esperamos a atividade econômica em campo positivo, com crescimento tímido do PIB. Os juros podem cair um pouco no segundo semestre do ano”.
Para o mercado, de fato, não parece um quadro dos mais otimistas. Muito antes, é um momento de estabilização da economia. O Relatório Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira (06), projeta a taxa Selic na casa de 12,75% no final do ano, contra os atuais 13,75%. E crescimento do PIB de 0,85%.
Quando há incertezas sobre o futuro, o investidor costuma buscar a segurança da renda fixa. Com efeito, em janeiro, enquanto os Fundos de Investimento em geral tiveram captação líquida negativa, os fundos de renda fixa tiveram captação líquida positiva de mais de R$ 11 bilhões. Pelo andar da carruagem, esse tipo de investimento deve continuar atraente.