O primeiro mês de 2023 foi o pior mês de janeiro para as startups brasileiras desde 2018. A informação integra o balanço “Inside Venture Capital”, do hub de inovação Distrito. Segundo o levantamento, foram captados US$ 96,6 milhões (R$ 498,84 milhões) no último mês, uma queda de 84% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em uma análise anterior, a Distrito já havia revelado que o volume de aportes captado pelas startups do país caiu 54,6% no número de investimentos no último ano, passando de US$ 9,76 bilhões (R$ 50,40 bilhões) para US$ 4,45 bilhões (R$ 22,98 bilhões). Ainda assim, 2022 foi a segunda melhor temporada para o segmento, logo atrás dos US$ 10 bilhões (R$ 51,64 bilhões) captados em 2021.
Peter Seiffert, fundador e CEO da Valetec, conta que, em um ambiente em que os investidores têm redobrado a atenção antes de apostar em startups, é necessário prestar atenção às chamadas “Gap Alerts” – sinais de alerta que indicam possíveis problemas ou riscos associados a uma oportunidade em análise para investimento através de fundos de Corporate Venture Capital.
“Os alertas de lacunas à tração” indicam que o investidor deve avaliar o investimento de forma minuciosa antes de tomar uma decisão”, afirma. “Estes [alertas] podem estar relacionados a insustentabilidade financeira, equipe de gestão, condições de mercado, modelo de negócio, estratégias competitivas ou outros fatores que levantam questões sobre a estabilidade e viabilidade do negócio”, complementa.
Ele ressalta que os sinais de alerta não devem ser ignorados, pois podem servir como indicadores precoces de problemas potenciais que podem afetar a tração ou crescimento acelerado da startup.
De acordo com o empresário, quando um grupo de investidores está considerando um investimento em uma startup através dos fundos CVC, os alertas de lacunas à tração podem ser:
- Equipe de fundadores inexperientes com deficiências em gestão;
- Tração insuficiente, como baixo engajamento de usuários ou adoção limitada do mercado;
- Falta de uma vantagem competitiva clara e defendível;
- Falta de estratégias competitivas claras e convincentes;
- Financeiro fraco, incluindo baixa receita, não lucratividade ou taxa de gasto insustentável;
- Dependência excessiva de um único cliente;
- Sinais de má gestão financeira ou irregularidades contábeis;
Seiffert observa que os alertas nem sempre são fatores determinantes, mas devem levantar preocupações e motivar os investidores a avaliarem cuidadosamente a oportunidade de investimento. Pensando nisso, o CEO da Valetec lista pelo menos sete lacunas que devem ser observados em maior profundidade na análise:
- Falta de estratégias competitivas e de crescimento: se uma startup não tiver estratégias competitivas e de crescimento bem definidas e que sustentam as projeções de caixa;
- Má gestão financeira: a má gestão financeira pode ser um sinal de que a startup não está bem administrada e pode não conseguir se sustentar no longo prazo;
- Modelo de negócios insustentável: se o modelo de negócios de uma startup não for sustentável, pode não ser capaz de gerar receita suficiente para se manter à tona;
- Falta de fundadores ou equipe experiente: uma startup sem uma equipe de gerenciamento experiente pode não ser capaz de tomar as decisões corretas e pode ter dificuldades para ter sucesso;
- Excesso de reclamações e atendimento ao cliente ruim: o atendimento ruim as reclamações dos clientes, pode ser um sinal de que a startup não está bem preparada para tracionar de forma sustentável operacionalmente;
- Falta de vantagem competitiva: se uma startup não tiver vantagem competitiva, pode não conseguir se destacar da concorrência;
- Estratégia de marketing ruim: uma startup sem uma estratégia de marketing bem pensada pode ter dificuldades para atingir seu público-alvo e converter vendas.
“Investir em uma startup através dos fundos de Corporate Venture Capital é como navegar em um mar de oportunidades, mas também é essencial ser cauteloso e ficar atento aos alertas”, afirma Seiffert. ”Lembre-se, esses alertas podem indicar lacunas essenciais que podem trazer riscos e desafios adicionais à viabilidade do investimento, então é crucial avaliá-los cuidadosamente antes de tomar uma decisão”, recomenda.
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