De acordo com o último levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o mês de fevereiro apresentou melhora na confiança da indústria, alcançando uma posição positiva na maioria dos setores industriais avaliados no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). No mês anterior, janeiro, a predominância havia sido de falta de confiança no mercado industrial.
A confiança avançou em 21 dos 29 setores avaliados, o que coloca 19 dos setores industriais em estado de confiança novamente. O índice de Expectativas aponta uma visão otimista entre 22 setores para os próximos seis meses, o que fez com que a confiança geral na indústria subisse de patamar. Em contrapartida, o índice Condições Atuais revelou que 27 dos 29 setores avaliam as condições do mercado piores que as dos últimos seis meses.
Os setores com maior confiança estão os de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com pontuação de 60,4; produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e extração de minerais não metálicos.
Já, os setores menos confiantes, segundo dados do ICEI, foram o de produtos de madeira; produtos de minerais não metálicos; confecção de artigos do vestuário e acessórios; e móveis. Esses setores obtiveram pontuação entre 43,3 e 47. Os setores com menos de 50 pontos são considerados com pouca confiança pela pesquisa, que chega até o máximo de 100 pontos.
No segmento da indústria de transformação, os setores que lideram o índice de confiança são os de produtos alimentícios, bebidas e produtos têxteis. Ao serem avaliadas por região, as empresas do norte e nordeste seguem as mais confiantes, alcançando 54,2; e 54,4 pontos, respectivamente. No sul, apesar de uma pequena melhora em relação ao mês de janeiro, os setores industriais ainda não se mostram confiantes.
Quando divididas por porte, apenas as indústrias de grande porte, com mais de 250 funcionários, apresentaram confiança positiva em fevereiro, mudando o quadro anterior, que era sem confiança. Em relação ao mesmo mês no ano de 2022, a indústria de grande porte caiu 4 pontos no ICEI.
Para Thiago Leão, diretor da Nomus, especializada em gestão de indústrias, o mercado competitivo faz com que os gestores revejam os processos internos da fábrica para que possam chegar a resultados melhores. “Em um cenário adverso, o empresário deve reestruturar seu plano de ação e buscar soluções para otimizar seus processos, como recapacitação da equipe e adoção de tecnologias para ganhar produtividade”, comenta.