O outsourcing (terceirização), é um processo pelo qual uma empresa contrata outro negócio ou profissional para fornecer serviços ou realizar tarefas que, geralmente, são realizadas internamente. Isso pode incluir atividades como produção, manutenção, serviços administrativos e tecnologia. Em 2021, houve a falta de 1,4 milhões de desenvolvedores de software no mundo, segundo o IDC. Em 2025, esse déficit pode chegar a 4 milhões.
Não à toa, dados da “Pesquisa global de outsourcing”, realizada pela da Deloitte, indicam que a implementação de soluções avançadas que envolvem tecnologias emergentes é um dos métodos que o setor de outsourcing encontrou para inovar e, ao mesmo tempo, contribuir com o mercado, além de aprimorar a experiência e melhorar o desempenho em suas atividades frequentes.
A Deloitte identificou que a disruptura ganha espaço para a obtenção de vantagem competitiva, transformando o modo como as organizações realizam suas operações para torná-las mais ágeis, eficientes e eficazes: 84% dos participantes iniciaram discussões, conduziram pilotos ou implementaram pelo menos alguma solução disruptiva.
Além disso, a análise revelou que 93% das empresas já adotaram ou consideram a possibilidade de adotar soluções em nuvem e 72% têm a mesma visão quando se trata de RPA (Processos de Automação Robótica). Ainda assim, os participantes citaram entraves para a adoção de soluções disruptivas, como migração de dados, requisitos de segurança, otimização e alteração de aplicativos, além de resistência organizacional, processos fragmentados e restrições regulatórias.
Leonardo Pasquali, CEO da Pasquali Solution no Brasil, destaca que a utilização de mão de obra terceirizada para algumas atividades já é fato consolidado há mais de uma década. “Isso se dá pelo simples fato de que investir muito tempo e dinheiro em algumas atividades só fariam com que algumas empresas desviassem e dispersassem seus focos em suas atividades principais”.
“Ao tentar formar departamentos e contratar profissionais específicos para algumas áreas, as empresas passam a ter a responsabilidade de treinamento”, afirma. Ademais, a criação dessas áreas prevê a formação e contratação de profissionais – o que demandará investimento e gestão. “E, mesmo assim, as empresas ficarão expostas a processos ineficientes e caros, haja visto que estão fora de suas especializações”.
“Além disso”, prossegue, “projetos pontuais podem demandar profissionais especializados, em marketing digital, publicidade, ou software, durante períodos entre seis e doze meses. Após sua finalização, porém,não há a necessidade da manutenção de profissionais dessas áreas dentro da estrutura da empresa”.
Diante desses fatores, na visão do CEO da Pasquali Solution no Brasil, vale a pena atuar com um parceiro especializado nestas áreas, pois o foco e investimento das empresas são nestes segmentos específicos – o que confere processos eficientes, enxutos e conectados aos avanços que cada área possui e implementa ao passar dos anos.
“Para as áreas de TI (Tecnologia da Informação), isso não é diferente. Uma fintech, que baseia 100% dos produtos e serviços financeiros em plataformas digitais com aplicativos mobile e web, é uma empresa de serviços financeiros que precisa focar todo seu investimento, criação de produtos inovadores e treinamento neste segmento – e não, necessariamente, na contratação sua força de trabalho de tecnologia”, exemplifica.
Três pilares para a terceirização de TI
Pasquali destaca que, dentro de TI, mais especificamente na área de desenvolvimento de sistemas, a necessidade de terceirização é uma realidade. “A engenharia de software enfrenta uma questão já antiga, que atinge não só o Brasil, como países que convivem com a falta de profissionais especializados no desenvolvimento de sistemas”.
Segundo sua atuação e observação no mercado durante os últimos anos, o especialista resume a necessidade de se terceirizar em TI e no desenvolvimento de software em três pilares principais:
- Estratégia básica de terceirização: consiste em “fugir” de grandes investimentos e não focar em áreas que não dizem respeito direto ao core business das empresas. “O que poderá sempre causar investimentos altos e mesmo assim ineficiência nos processos de recrutamento e seleção”, diz ele
- Segundo Pasquali, o segundo pilar é que projetos pontuais são relevantes para a estratégia de negócios de uma empresa e podem demandar muitos profissionais qualificados. “Esses profissionais só serão necessários pelo período em que o projeto é implementado, não fazendo sentido mantê-los nas empresas, seja pela falta de demanda ou mesmo pelo alto custo, principalmente no que diz respeito a experts de software”.
- Por fim, o CEO destaca que as consultorias de TI, por atuarem especificamente no negócio de recrutamento e seleção destes profissionais, possuem vantagens para a seleção e contratação destes profissionais, haja visto que centralizam a demanda de contratação para diversas empresas em diversos segmentos. “O que faz com que estas empresas possuam caminhos, processos e tenham desenvolvido ao longo dos anos ferramentas muito específicas e eficientes para se contratar na área”.
Para concluir, Pasquali afirma que “terceirizar na área de TI não só permanece uma estratégia comum do mercado, que já terceiriza diversas atividades, como quase que uma obrigação, caso queira se contar com especialistas de alta tecnologia de maneira rápida e contínua”.