Idealizadora do Neuro Feng Shui, Maraísa Faria explica como o apego às coisas velhas podem travar o sucesso do ano que inicia
Entenda porque vira o ano e as coisas nunca mudam para algumas pessoas
Já diziam um trecho da música “Renovação”: “É hora de jogar as coisas velhas fora desse quarto/ Tomar nas mãos o leme desse barco”. O ambiente é capaz de influenciar o comportamento das pessoas e, por isso, nada melhor que aproveitar a virada do ano para praticar o desapego, conforme a especialista no campo dos ambientes e sons através da neurociência, Maraísa Faria.
Idealizadora do Neuro Feng Shui – corrente da técnica milenar chinesa Feng Shui, que estuda a influência do espaço no bem-estar e a forma como os lares e ambientes de trabalho refletem nos sentimentos das pessoas –, Maraísa busca ensinar como o cérebro lê os ambientes por meio de Epigenética (campo de pesquisa que investiga como fatores ambientais podem promover alterações nos genes passados entre gerações), Neurociência (que se dedica ao estudo do sistema nervoso) e Biologia Celular (ramo responsável pelo estudo das células). “Os lugares nos influenciam e nós influenciamos nossos espaços. A partir do momento que ajustes são realizados nos ambientes, podemos transformar um destino”, pontua.
Fisioterapeuta de formação, ela comenta que decidiu se especializar na área psicocomportamental para entender melhor suas emoções. Foi quando percebeu como o ambiente que rodeia alguém pode machucá-lo, traumatizá-lo. “Quando fui estudar essa questão dos ambientes, eu percebi o quanto ele nos controla. Pelo menos 90% de tudo aquilo que acontece com a gente tem influência do ambiente. E o problema é que não nos damos conta disso, de quanto ele domina nossas emoções, nossas relações”, salienta.
Segundo Maraísa, uma das melhoras formas de fazer do ambiente um aliado é abrir mão do acúmulo. “Não sei se você já percebeu isso, mas, às vezes, mesmo quando as coisas parecem organizadas, o excesso de objetos deixa tudo parecer uma bagunça. E, se você acumula muitas coisas, é porque, possivelmente, há muitos conflitos dentro de você. Geralmente, a pessoa que está por trás dessa atitude é uma pessoa insegura, que tem medo das mudanças e dificuldade de lidar com o novo. O acúmulo fala muito sobre você, seus medos e conflitos”, detalha.
Fazer a faxina
A especialista afirma que um ambiente recheado de acúmulo – seja de objetos novos, que nunca tiveram a etiqueta retirada, ou de itens antigos – pode desencadear problemas nas relações (tanto pessoais quanto profissionais) e até mesmo nas finanças. “É por isso que, a cada ano, há quem fique repetindo ciclos e não saia do lugar. Então é hora de praticar a faxina e desapegar”, declara.
De acordo com Maraísa – que compartilha diversas dicas em seu Instagram (@dra.maraisafaria), em seu site (maraisafaria.com.br) e pelo e-mail (contato@maraisafaria.com.br) –, é preciso liberar espaço e dar uma chance para as coisas novas. “Quando há espaço, o novo tem chance de ficar. Quem sabe chegou a hora de você limpar as gavetas e os armários, organizar aquele quartinho lá do fundo, cheio de coisas dentro. Quando você tem muitas coisas entulhadas, o novo não tem espaço para entrar na sua vida. Quando você tem muita coisa sem utilidade nenhuma, tem menos espaço para o que realmente importa”, retrata.
Ela também deixa claro que fazer isso não quer dizer que, como um passe de mágico, a prosperidade vai entrar na vida de alguém. Contudo, quando esse desapego acontece, o cérebro entende que é possível se desfazer de certas coisas.
“É a metáfora que a gente precisa. Pensa comigo: quando temos uma bagunça interna, é muito mais fácil organizar uma gaveta, um armário. E, depois dessa organização, você vai se sentir bem e ter um conforto, um alívio, uma sensação de missão cumprida. Quando temos uma bagunça interna, é difícil organizar internamente, mas podemos começar por aquilo que podemos ter acesso mais rápido. Quando você organiza o que consegue ver e tocar, você dá o primeiro passo para fazer a organização dentro de você”, enfatiza.
O trecho da música citada no primeiro parágrafo deste texto é dos artistas amazonenses Candinho e Inês.