Estudo mostrou que 30% das crianças com queixa de cefaleia tinham algum problema ocular
A cefaleia (dor de cabeça) é uma condição muito prevalente na população em geral, especialmente em adultos. Mas crianças também podem apresentar dor de cabeça como uma manifestação frequente.
Um estudo publicado no jornal Ophthalmic Epidemiology revelou que em 30% dos casos de queixas infantis de cefaleia a causa é de origem ocular. Os erros refrativos não tratados são a principal causa de dor de cabeça em crianças. Entre as outras condições reveladas pelo estudo estavam o estrabismo, inflamação do nervo óptico, uveíte e glaucoma.
Dor de cabeça em crianças precisa ser investigada
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, quando a dor de cabeça é esporádica não é preciso se preocupar.
“A cefaleia em crianças é uma manifestação rara. As causas podem ter origem em um dia mais cansativo, seja de estudos ou de brincadeiras. Contudo, as queixas frequentes, principalmente quando acompanhadas de outros sintomas, precisam ser investigadas”.
A investigação da origem da cefaleia deve ser completa. Além de um médico neurologista, é importante que a criança seja avaliada por um oftalmopediatra para confirmar ou descartar que a causa de origem ocular. “Felizmente, a maioria dos casos de queixas de dor de cabeça por parte das crianças está ligada aos erros refrativos, como a miopia, não corrigidos”, reforça.
Dor de cabeça em crianças e outros sintomas
Os problemas oculares causam outros sintomas e isso pode ajudar os pais no momento de procurar o especialista.
Os pais podem ficar atento às seguintes manifestações que podem ocorrer junto com a cefaleia:
– Vômitos
– Olho franzido para conseguir enxergar
– Desvio ocular
– Dor no olho
– Quedas e tropeços frequentes
– Mau desempenho escolar
– Lacrimejamento“Felizmente, o estudo mostrou que os casos de doenças oculares mais graves correspondem a uma porcentagem pequena das queixas de cefaleia. Mas de qualquer maneira sempre é importante consultar um especialista”, afirma Dra. Marcela.
“A recomendação é levar o bebê em seu primeiro ano de vida a um oftalmopediatra para uma avaliação completa da saúde visual. Na fase pré-escolar também é fundamental investigar problemas refrativos como a miopia, astigmatismo e hipermetropia. Isso porque sem correção, esses problemas visuais impactam diretamente na aprendizagem”, finaliza a médica.