O faturamento das empresas de turismo no terceiro trimestre de 2022 registrou aumento de 76% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo os dados da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), no último trimestre analisado, as vendas nacionais subiram 87,90%, enquanto as internacionais aumentaram 82,26%.
Baseada nesses números, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio/SP), estima que o setor de turismo irá crescer 53,06% em 2023. Na avaliação da entidade, os resultados do terceiro trimestre deste ano mostram que, apesar da inflação que elevou os preços do setor, os consumidores não deixaram de viajar, pois buscaram alternativas que cabiam no bolso. Além disso, o parcelamento tem sido um grande aliado dos viajantes, aquecendo as vendas.
No último mês, um dos destinos dos brasileiros foi o Catar, onde até o dia 18 de dezembro é realizada a Copa do Mundo da Fifa. Segundo divulgação da entidade, quase 39 mil brasileiros adquiriram ingressos para assistir aos jogos no país. O evento foi um dos responsáveis em animar um mercado que estava em ritmo de recuperação após a crise instalada no setor por conta das restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
“A Copa de 2022 tem tido um impacto mundial muito grande, após dois anos de isolamento e cancelamentos de eventos pelo mundo. Mesmo acontecendo em um país tão pequeno e fechado, o mundo todo tem se sentido mais unido e parte da atmosfera do evento”, comenta a turismóloga Aline Ienk Ferreira Menon.
Com 17 anos de experiência na área de Turismo, a profissional ressalta que a orientação de um agente de viagens pode garantir uma viagem sem intercorrências e com suporte em caso de algum problema durante o percurso. Em relação a destinos que possuem uma cultura diferente dos países que brasileiros comumente visitam, como o Oriente e algumas nações europeias, contar com uma assessoria vai ajudar o viajante a aproveitar bem todas as possibilidades do lugar.
“A Copa do Mundo de 2022 é um exemplo prático da importância de contar com suporte profissional. O Catar não é um destino muito conhecido, tem cultura e costumes muito diferentes. Um evento desse porte é cercado de restrições”, explica, acrescentando que em casos assim, o profissional da área comumente tem informações mais completas sobre o local. “O agente de viagens recebe dos fornecedores os pacotes já montados para as diversas fases da Copa, e consegue auxiliar os clientes que queiram aproveitar os jogos, conhecer o destino e visitar alguns países vizinhos, e tudo dentro do orçamento que cada um possui”, diz.
E para quem se animou com a Copa deste ano e quer acompanhar de perto os jogos do próximo mundial, Aline Menon aconselha a já começar a se preparar. “A próxima Copa do Mundo da Fifa vai acontecer em três países simultaneamente: Canadá, Estados Unidos e México. Planejar os roteiros para aproveitar o máximo possível vai exigir muita técnica, conhecimento e pesquisa para que o torcedor consiga aproveitar os jogos e os destinos da melhor forma possível”, enfatiza.
Retomada do turismo aos níveis pré-pandemia pode acontecer em 2023
Segundo o último estudo econômico realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o impacto da Covid-19 no turismo, aponta a recuperação do setor, que foi muito abalada com o aparecimento da doença e deflagração da pandemia, mas que tende a voltar a se recuperar em 2023. De acordo com as projeções feitas pelos pesquisadores, a partir deste ano e o próximo, o setor precisa recuperar os R$ 116,7 bilhões perdidos por conta da crise sanitária. Para compensar essas perdas, a estimativa é que essa área precisará crescer, em média, 16,95% ao ano, e alcançar um PIB de R$ 303 bilhões em 2022 e R$ 355 bilhões em 2023.
Baseado nos dados do estudo da FGV, o Sebrae Nacional elencou algumas tendências desse mercado para o próximo ano, especialmente para micros e pequenas empresas que atuam no setor. Entre elas estão, além da experiência e autenticidade, priorizar o contato com a natureza, sustentabilidade e inclusão, staycation (turismo na própria localidade onde se vive), contratos competitivos, saúde e bem-estar, redução do contato físico, marketing digital, segurança sanitária, economia compartilhada e sob demanda.