A busca por experiências mais genuínas, atividades ao ar livre e maior contato com a natureza estão entre as grandes tendências do turismo nos próximos anos. Segundo dados de 2020 do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, a indústria do turismo é uma das mais potentes em termos de crescimento econômico.
Considerados um dos mais antigos e ricos ecossistemas do planeta, os recifes de corais estão sob ameaça, até mesmo os que se encontram mais isolados, principalmente por causa de alterações causadas por atividades humanas. Um recife de coral é formado pela acumulação de animais marinhos e de certas algas.
No Brasil, por quase três mil quilômetros, os recifes de corais se concentram especialmente entre a costa do Estado do Maranhão e o Sul da Bahia. “Nossa ampla área banhada pelo oceano possui enorme diversidade de ecossistemas e espécies, onde se destaca a maior faixa contínua de manguezais protegidos do mundo e os únicos ecossistemas recifais do Atlântico Sul”, enfatiza Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
As soluções de turismo responsável desenvolvidas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país estão entre as dezenove iniciativas de todo o país selecionadas pelo Camp Oceano, que destinará um total de R$ 3,7 milhões em apoio financeiro pelos próximos três anos. Além do turismo, também foram apoiadas soluções para reduzir a poluição no mar e mitigar os efeitos da crise climática em regiões costeiras.
O biólogo João Alberto dos Santos, explica que o aquecimento dos oceanos provoca uma espécie de estresse nos corais, que acabam expelindo as algas que os habitam e, consequentemente, causando o branqueamento da espécie.
A “Coalizão pelos Corais” é um programa de turismo científico para integrar a comunidade local de Porto de Galinhas na resolução da degradação recifal e da demanda por novos passeios. O projeto, realizado pela BioFábrica de Corais, busca implementar um programa de restauração de recifes, dividido em quatro programas de manejo: transplantação de corais, mapeamento e monitoramento, recuperação de colônias enfermas, e experiências educacionais.
O projeto “Coral eu cuido”, desenvolvido em João Pessoa (PB), é um modelo de gestão integrada e participativa para ajudar pessoas e empresários de turismo náutico na preservação dos recifes costeiros da Paraíba, utilizando tecnologia interativa digital e campanhas de sensibilização ambiental. O objetivo da solução, elaborada pela Associação para o Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (Scientec), é promover um turismo responsável e sustentável, com ênfase no monitoramento da saúde do ecossistema e engajamento permanente dos usuários em medidas de conservação.
“Em um mundo que sofre com os impactos das mudanças climáticas e que, por isso, observa com urgência a questão ambiental, o turismo de conservação se torna uma alternativa cada vez mais relevante. As pessoas que desejam usufruir das belas paisagens, conhecendo os recifes de corais, devem ter a preocupação de contribuir para a preservação do meio ambiente e ainda melhorar a situação social e econômica da região turística”, conclui Vininha F. Carvalho.