A música digital vem sendo consumida cada vez mais no Brasil desde o início da pandemia, onde houve uma pausa na realização de shows presenciais. Em 2020, os cantores e artistas começaram a produzir lives em todo mundo como forma de entretenimento. Conforme mostra uma pesquisa da Kantar Ibope Media, de 2020, 98% dos usuários de internet no país consomem conteúdos em plataformas de streamings de áudio e vídeo. Entre eles, 73% relataram que esse aumento foi durante o isolamento social.
No segundo trimestre de 2022, o Spotify registrou 433 milhões de usuários mensais ativos, um aumento de 19%. No Spotify Premium, houve um crescimento de 14%, totalizando 188 milhões de assinantes. Com isso, sua receita teve uma melhoria de 23%, além de ter um lucro líquido de 131 milhões de euros. A expectativa é que a plataforma alcance 1 bilhão de usuários em todo mundo até 2030.
O mercado fonográfico teve um crescimento de 32% no país em relação ao ano passado, segundo a associação “Pró-Música” – filiada e representante nacional da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) -, atingindo um faturamento de R $2.1 bilhões em 2021. Com isso, o Brasil permaneceu na 11ª posição no ranking mundial da categoria, assim como em 2020.
O CEO da GCMG Music Distribution BR/US, Victor Lapegna, explicou que o processo de distribuição de música digital é feito de forma diferente da distribuição física realizada anos atrás, porém, é possível encontrar semelhanças no processo. “Antigamente, podemos pensar que a distribuidora ia até as gravadoras com um caminhão, o carregava de discos e levava até as lojas para serem colocados à venda. Hoje em dia esse processo é feito de forma digital”, esclarece.
Segundo Lapegna, as gravadoras fazem o upload das músicas nas plataformas das distribuidoras e as mesmas realizam a entrega das músicas nas plataformas digitais de streaming e venda de música.
Atualmente, existem muitas ferramentas e serviços disponíveis para se utilizar, mas muitos artistas independentes desconhecem as estratégias. Isso acontece, segundo o CEO da GCMG, pela falta de disponibilidade ao acesso dessas informações e, às vezes, muitas distribuidoras não oferecem nada além do serviço de distribuição da música ou ficam com uma fatia expressiva dos ganhos dos artistas, sem entregar materiais e ferramentas para que ele leve sua música mais longe.