A nível mundial, o fluxo de investimento estrangeiro direto aumentou em US$ 972 bilhões (R$ 5,206 trilhões) no primeiro semestre, de acordo com o relatório de outubro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Trata-se do melhor resultado registrado desde 2013, conforme noticiado pelo Estadão Conteúdo.
Ainda segundo a OCDE, a maior parte do crescimento ocorreu entre janeiro e março, ao passo que os fluxos retraíram 22% entre abril e junho, na base trimestral. “A queda não é surpreendente, dada a crescente inflação e juros básicos, preços mais altos de energia e invasão em escala total da Rússia à Ucrânia”, diz o relatório.
Nos primeiros seis meses, os fluxos de investimento estrangeiro direto de entrada para a área da OCDE avançaram US$ 488 bilhões (R$ 2613,75 trilhões), 28% acima do período precedente. Paralelamente, os fluxos de saída também aumentaram, a US$ 838 bilhões (R$ 4488,37 trilhões), no maior patamar em nove anos.
O Brasil foi o terceiro maior país receptor de investimentos diretos do exterior, atrás apenas dos EUA e da China. Os Estados Unidos foram os maiores investidores em todo o mundo, ao lado dos Países Baixos e Austrália.
Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, enxerga o crescimento no investimento estrangeiro direto global como um fortalecimento dos países membros da OCDE, possibilitando um maior fluxo de capital. “O Brasil está numa posição estratégica, podendo aproveitar este momento”.
MP estimula o desenvolvimento e traz novos investimentos ao Brasil
Para Bravo, a MP 1.137/2022 que zerou o IR (Imposto de Renda) para estrangeiros que investem no país tem um impacto direto para esta questão, pois possibilita que estrangeiros tragam dinheiro para o Brasil “sem pagar imposto”, o que estimula o desenvolvimento e traz novos investimentos ao país.
A MP mencionada pelo CEO foi prorrogada por sessenta dias pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no dia 17 de novembro. A medida beneficia estrangeiros que aplicarem em títulos privados e fundos de investimentos no país, conforme o ato publicado no DOU (Diário Oficial da União).
A MP reduz a zero a alíquota do IR sobre investimentos feitos por estrangeiros no Brasil, desde que já tenham sido tributados no país de origem. Até então, os estrangeiros eram isentos na compra de títulos públicos e alguns fundos de investimento.
De acordo com o Ministério da Economia, o objetivo da MP é evitar a ‘bitributação’ e atrair novos investidores, ampliando o acesso de empresas brasileiras a capital estrangeiro, conforme publicado pelo Portal Senado Notícias.
“Cada vez que observamos essas movimentações na OCDE, vemos como é fundamental que médios e grandes empresários internacionalizem suas empresas a fim de possibilitar acesso ao primeiro mundo do crédito”, afirma Bravo. “Além do mais, com a internacionalização os empresários não ficam com sua capacidade de produção limitada devido a possuir poucos parceiros financeiros”, complementa.
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