O Brasil atingiu a marca de 149,6 milhões de animais de estimação em 2021, segundo dados do Censo Pet IPB, realizado pelo IPB (Instituto Pet Brasil). São 58,1 milhões de cães, 41 milhões de aves e 27,1 milhões de felinos, as três categorias de pets mais presentes nos lares do país.
Apesar disso, indicativos da OMS (Organização Mundial de Saúde) revelam que 30 milhões de animais estão em situação de abandono no Brasil – cerca de 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Segundo a estimativa, publicada pelo Portal da Alego (Assembleia Legislativa do Estado de Goiás), há um cachorro para cada cinco habitantes de uma cidade grande. Destes animais, 10% estão abandonados.
Nesse panorama, ganha destaque a iniciativa de OSCs (Organizações da Sociedade Civil) ou ONGs (Organizações Não Governamentais), entidades sem fins lucrativos que promovem ações solidárias para públicos específicos. Segundo a atualização do Mapa das OSCs, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do governo federal), havia 815.676 ONGs no país até 2020, uma alta de 34 mil organizações desde o balanço de 2018.
Segundo um balanço do IPB, realizado com 400 ONGs que atuam com o acolhimento de animais em todo o país, o Brasil possui cerca de 184.960 mil pets abandonados ou resgatados após maus-tratos sob os cuidados de protetores e entidades. Destes, 177.562 (96%) são cães e 7.398 (4%) são gatos, como mostra uma publicação da CNN Brasil.
É neste ponto que, segundo Brunner Monique Giacomin, diretora da Joias PetMom – e-commerce de joias e semijoias para tutores de pets -, a iniciativa privada pode ajudar a causa animal no Brasil, uma vez que as ONGs que atuam com a defesa dos pets enfrentam uma série de necessidades.
Para tanto, ela destaca que as empresas devem manter um diálogo com as organizações para entender qual a sua necessidade em momentos específicos. “Algumas entidades podem precisar de ração, por exemplo, enquanto outras podem necessitar de ajuda para pagar boletos de compra de ração atrasados, ou de vacinas para o combate às doenças que atingem cães de determinada região do país”, exemplifica.
A título de exemplo, Giacomin conta que a empresa já adquiriu produtos de uma ONG para enviar como brinde para os seus próprios clientes, o que não apenas auxiliou a entidade como também divulgou o seu nome e trabalho para mais pessoas.
“Outra forma de auxílio é o apadrinhamento simbólico, que as ONGs ‘Instituto Arara Azul’ (MS) e ‘Santuário de Elefantes Brasil’ (MT) realizam”, informa. “Nesses casos, somos padrinhos de duas araras e duas elefantas, contribuindo mensalmente. Esses formatos dão às entidades uma segurança de previsão de caixa”, diz ela.
Brunner conta que, enquanto empresa que auxilia ONGs de proteção animal, a PetMom teve que tomar ações emergenciais e diluir as doações entre mais entidades ao longo da pandemia de Covid-19, buscando auxiliar um pouco cada organização, mas que agora a situação está se normalizando.
ONGs relatam dificuldades no pós-pandemia
Suany Chisté Benvegnú, parceira da ONG “EPA”, de Dois Lajeados (RS), destaca que, por mais que o número de pessoas dispostas a auxiliar venha em uma crescente, o auxílio a ONGs e protetores individuais de animais acaba sendo pequeno quando comparado com a grande demanda que uma entidade tem.
Por isso, prossegue Benvegnú, é necessário apoiar a criação de projetos e leis para auxiliar as ONGs e protetores individuais, especialmente em momentos como o de uma crise sanitária.
“A pandemia gerou um impacto significativo nas mais variadas questões em nosso país, como econômica e social. Resultado disso: muitas pessoas e empresas acabaram deixando esses auxílios em segundo plano”, diz.
Paola Giacon, responsável pela área de marketing e comunicação da ONG “Miau de Rua”, de Guaporé (RS), conta que a entidade nasceu durante a pandemia e, felizmente, conta com um forte engajamento em sua comunidade.
Apesar disso, segundo Giacon, o apoio mensal que a ONG recebe vem em sua maior parte de pessoas físicas do que jurídicas. “Toda empresa pode buscar uma causa para ajudar financeiramente todos os meses. Assim, muitas ONGs e entidades conseguirão fazer muito mais do que já fazem voluntariamente em suas cidades”, conclui.
Consumidores preferem empresas com responsabilidade social
Uma pesquisa desenvolvida pela Nielsen Holdings em mais de 50 países revelou que a maioria (66%) dos consumidores prefere comprar produtos e serviços de empresas com impacto social. O estudo mostrou que as pessoas preferem trabalhar (62%) e investir (59%) nessas empresas.
Segundo a publicação da Nielsen Holdings, os entrevistados latino-americanos são os mais preocupados com o tema: 77% preferem adquirir produtos ou serviços de empresas engajadas socialmente, 73% escolhem trabalhar nessas corporações e 75% priorizam investimento nesses negócios.
Para mais informações, basta acessar: https://www.joiaspetmom.com.br/