O barulho nos estádios ultrapassa o limite de decibéis recomendados pela OMS e pode causar problemas auditivos temporários ou permanentes. Entenda os riscos do ruído excessivo à saúde auditiva e como prevenir
A Copa do Mundo do Catar está prestes a começar e a emoção já toma conta dos brasileiros que não veem a hora de ver a seleção canarinho levantar a taça pela sexta vez. Alguns ainda poderão sentir essa emoção de perto, nos estádios.
Acompanhar jogos de futebol é sempre emocionante, e no Mundial não será diferente. Mas, no meio da empolgação, dificilmente nos lembramos dos riscos à saúde que os estádios podem oferecer, inclusive a perda auditiva.
Muitos não sabem, mas os ruídos nos estádios durante uma partida podem chegar a 115 decibéis, muito acima dos 80 dBs recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde). E isso pode trazer consequências negativas para a saúde dos ouvidos.
“Nos estádios o barulho é muito forte e intenso, maior do que o ouvido humano consegue suportar sem que tenha dor e desconforto”, explica a fonoaudióloga Maria Branco, especialista da Microsom, que se dedica a proporcionar qualidade de vida a pessoas com necessidades auditivas especiais Segundo Maria, o tempo máximo de exposição com essa intensidade de ruído deveria ser de sete minutos.
Outro fator que pode implicar em danos à audição são as vuvuzelas e outros instrumentos que propagam sons. Nos últimos anos elas se tornaram muito populares, e costumam ganhar mais força durante a Copa do Mundo. “A vuvuzela produz um som muito forte e que coloca o torcedor em risco com sua audição, podendo provocar alteração auditiva”, esclarece Maria.
A especialista ainda recomenda que, se as pessoas sentirem qualquer alteração da sensibilidade auditiva, procurem um médico otorrinolaringologista para investigar a audição.
Consequências do alto ruído nos estádios
A exposição excessiva aos altos ruídos pode ser muito prejudicial à saúde. Maria destaca que, entre os principais efeitos estão perda auditiva temporária ou transitória, sensação de ouvido tampado, zumbido e até tontura.
Além disso, existem outros efeitos que não estão ligados à perda auditiva, mas devem ser observados, incluindo alterações de sono, humor e até cognitivas. “Essas sequelas vão piorar à medida que o tempo de exposição e a intensidade aumentam. Essa combinação é o que mais prejudica, e existe sim risco de perda auditiva permanente”, alerta a fonoaudióloga.
No caso de ambientes fechados, os riscos são ainda maiores. Uma das novidades da Copa do Catar é que um dos estádios tem um teto retrátil, permitindo que o espaço fique sem abertura. E mesmo quem vai acompanhar os jogos em bares e restaurantes deve se atentar.
De acordo com Maria, em locais fechados o som tem menor capacidade de dissipação e o nível de pressão sonora fica maior. Isso significa que o ruído aumenta, bem como os riscos. “Quanto mais forte é o som, devemos passar menos expostos”, complementa.
Como se proteger dos ruídos
Apesar de ser pouco utilizado nesses ambientes, Maria reforça que a melhor forma de proteger os ouvidos e evitar danos à audição é com o uso de protetores auriculares que, segundo ela, são fundamentais para protegerem o indivíduo.
“Existem vários modelos, desde aqueles que vão só no canal auditivo ou, uma opção ainda melhor, aqueles maiores que ocupam o canal e a concha da orelha, e ficam mais visíveis. Há também a possibilidade de fazer protetores personalizados, que são confeccionados sob medida para a orelha daquela pessoa.”, esclarece.
A fonoaudióloga ainda indica o uso de aplicativos para medir o som no ambiente. Eles funcionam como decibelímetros e conseguem fornecer um número aproximado dos decibéis em um local.
Embora não seja necessário para estádios, onde já sabemos que o número vai exceder o valor indicado, ela recomenda o uso em outras situações, pois oferecem indícios se o ambiente é nocivo ou não para a audição. “O mais importante é proteger a audição da melhor forma possível”, conclui.
Sobre a Microsom – Com mais de 30 anos de mercado, o Grupo Microsom se dedica a proporcionar qualidade de vida a pessoas com necessidades especiais como perda auditiva, zumbido no ouvido e que sofrem com apneia do sono, resgatando a vida social e profissional destas pessoas. Com mais de 67 filiais, presentes em 17 estados, a empresa, 100% brasileira, mantém parceria exclusiva com a Audisync – multinacional americana líder em aparelhos auditivos.