Considerada a mais prevalente na população, a dor musculoesquelética atinge todas as idades, ainda que de forma mais prevalente o indivíduo adulto, trazendo consigo também os sintomas associados de fadiga, desânimo, limitação dos movimentos, alterações do humor e do sono, entre outros.
Presente na forma aguda ou crônica, sendo no primeiro caso comumente atrelada a casos de traumas e lesões por ocorrências inesperadas, e a segunda como evolução de outras disfunções, síndromes ou doenças de base de maior complexidade, a dor musculoesquelética terá intensidade diretamente relacionada a sua causa e grau de evolução.
Fraturas, infecções, lesões por esforço repetitivo, doenças articulares, oncológicas e reumatológicas estão entre algumas das causas de desenvolvimento da dor musculoesquelética.
Diagnóstico da dor musculoesquelética
Quando diretamente relacionada a um incidente causal, como atividades físicas extenuantes, a sobrecarga pontual de excesso de peso, trauma por esporte, entre outros, o diagnóstico poderá ser direcionado para a investigação direta da região afetada.
“Em casos em que não há um evento diretamente conectado com o surgimento da dor, é preciso investigar mais profundamente o histórico do paciente, sua rotina e as possíveis doenças de base que possam estar refletindo em dor musculoesquelética”, relata Dra. Atsuko Nakagami, anestesiologista, especialista em dor e diretora da Clínica Enlevo.
Dessa maneira, a conclusão do quadro deverá se basear em conversa em que serão investigados momentos em que a dor aparece ou é mais forte (em repouso ou atividade) e movimentos (de amplitude, torção…), quais membros são afetados (de forma profunda ou superficial em nível articular ou ósseo), se há edemas (inchaços), quais as limitações que a dor oferece, e assim diante.
Em paralelo podem ser pedidos exames laboratoriais (sangue) e de imagem (raio-x, ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia).
Tratamento da dor musculoesquelética
Em sua fase aguda, mesmo em pacientes crônicos, a dor musculoesquelética tem como linha inicial de tratamento o uso de medicações analgésicas e anti-inflamatórias, com o objetivo de tirar o paciente da crise.
Relaxantes musculares também podem ser especialmente indicados em dores de origem essencialmente muscular, como a síndrome dolorosa miofascial e a fibromialgia. Na sequência e integração das medicações orais, entram fisioterapia com manobras de liberação da fáscia, entre outros.
Procedimentos minimamente invasivos ou não invasivos para dor musculoesquelética
Magnetoterapia: Procedimento não invasivo, simples e indolor, onde utilizamos aparelho especialmente desenvolvido para a condução de campo magnético na estrutura biológica.
Com sessões que duram de 20 a 30 minutos, a magnetoterapia promove relaxamento muscular e melhora a irrigação do tecido muscular.
Promove alívio da dor muscular, melhora na cicatrização em feridas de difícil fechamento, sendo utilizado também em dores articulares e pós-operatório de cirurgias ortopédicas.
Ondas de choque: Procedimento não invasivo, o tratamento é baseado no espalhamento de ondas de choque por meios ricos em líquido, onde promove uma “lesão” controlada, com processo inflamatório local que gera o aumento de circulação local e a reestruturação das terminações nervosas e a consequente melhora da dor.
O tratamento com ondas de choque é especialmente indicado para dores osteomusculares, dores articulares e alguns tipos de fraturas.
Exemplos: dores miofasciais, tendinites, lombalgias, dores nos ombros, dores nas costas, dores musculares em geral, dores de ponto gatilho
A técnica já oferece melhora da dor na primeira sessão, porém o tratamento completo gira em torno de 3 a 5 sessões, que duração de 10 a 15 minutos.
Agulhamento a seco: Procedimento minimamente invasivo com utilização de agulhas especiais e finas para o atingimento de pontos gatilhos de dores musculares agudas, com ou sem infiltração de anestésico.
Cada sessão dura de 15 a 30 minutos, com melhora de mais de 70% da dor na primeira sessão, podendo ser repetido se surgirem novos focos de dor.
Laserterapia: Procedimento não invasivo, realizado com aparelho manual e que gera efeito anti-inflamatório e analgésico, tanto local quanto sistêmico, a depender do objetivo da aplicação.
A laserterapia para o tratamento da dor apresenta resultado de importante melhora já na primeira sessão e cada sessão tem duração média de 30 minutos, sendo necessário pelo menos cinco.
O procedimento é indicado para dores miofasciais, dores em pontos gatilho, dores musculares, tendinites e lombalgias.
Bombas de infusão intratecal: As bombas de infusão intratecal para a dor consistem no implante de reservatório de medicações no corpo em ambiente hospitalar e com alta no mesmo dia ou no dia seguinte.
A bomba de medicação é implantada no subcutâneo do abdômen, com sua extremidade sendo colocada no espaço subaracnóideo na altura da coluna lombar, com a analgesia sendo infundida diretamente no líquor que banha o sistema nervoso central.
São comumente indicadas para tratamento de dores crônicas resistentes ao uso de medicações analgésicas, mesmo os mais potentes, ou com pacientes com efeitos colaterais importantes aos analgésicos mais fortes. Dentre alguns perfis de pacientes sob esta indicação estão os pacientes oncológicos e os com distonias graves.
Cada um dos procedimentos compreenderá um volume de sessões voltados à necessidade e resposta do paciente e, a depender da evolução, ainda poderão ser orientados procedimentos cirúrgicos.
Segundo o neurocirurgião e diretor da Clínica Enlevo Dr. Luiz Cetl, “Independentemente da causa e do grau, importante saber que a dor sempre é passível de tratamento, podendo, mesmo em casos em que não possa ser oferecido a cura, obter grande alívio para a devolução da funcionalidade e qualidade de vida do indivíduo.”