Médico generalista Theo Webert indica ações complementares aos medicamentos
Em meio ao Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio, acende-se o alerta sobre as formas de tratamento da depressão – fator ligado à grande parte dos casos desse tipo de morte. Apesar dos tabus que envolvem o tema, a depressão é um transtorno mental muito comum, afetando, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo o médico generalista Theo Webert, especialista nos estudos de áreas da medicina voltadas à visão do ser humano de maneira integral, algumas medidas naturais – como práticas de exercícios físicos regulares e consumo de vitaminas –, combinadas a medicamentos farmacológicos e demais terapias, podem ajudar no tratamento da doença.
Isso é possível porque, geralmente, os quadros depressivos estão associados ao desequilíbrio na produção de neurotransmissores, especialmente de serotonina, dopamina, noradrenalina e GABA, explica Theo Webert. “Essas substâncias têm funções especiais na manutenção do humor, do sono, da ansiedade, da ingestão alimentar e da transmissão sensorial”, completa.
Outra substância química ligada à sensação de bem-estar é a endorfina, hormônio responsável por regular as emoções. Sua produção é natural, antes e depois da prática de atividades físicas. “A endorfina é considerada um potente analgésico natural. Ao ser liberada, estimula a sensação de bem-estar e conforto, melhora o estado de humor e alegria, e pode agir na redução do estresse, da ansiedade e da depressão”, pontua.
Além da prática de exercícios, a ingestão de probióticos, ômega-3 e vitaminas B e D para combater inflamações gastrointestinais pode diminuir os sintomas depressivos. Theo Webert esclarece que isso se dá devido à estreita relação entre a depressão e as inflamações nesta área do corpo.
“O consumo desses elementos pode atenuar estímulos pró-inflamatórios para o cérebro que se originam no intestino, através da manutenção da saúde do intestino ou pela estimulação direta da produção de neurotransmissores.”
Para o médico, é necessário consultar profissionais que percebam a depressão como multifatorial e que entendam que, muitas vezes, apenas o medicamento não vai resolver ou nem mesmo amenizar os sintomas.
“Um acompanhamento psicoterápico se faz necessário. É preciso ver se depressão não é consequência de distúrbios da tireoide, síndrome de burnout, alterações de cortisol no sistema Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA), deficiência de hormônios sexuais como a testosterona, alteração do sono ou deficiências nutricionais, por exemplo. Tudo isso precisa ser avaliado e levado em consideração para que o tratamento seja de fato, efetivo”, esclarece.