Além de se alimentar corretamente e com variedade, a prática de atividades físicas e hobbies podem auxiliar na prevenção de doenças de origem emocional
Manter o corpo e a mente em equilíbrio é fundamental no tratamento da depressão. E alimentar-se bem é uma parte importante nesse processo. Usufruir de um cardápio balanceado e com variedade de alimentos que sejam fonte de nutrientes, vitaminas e minerais, como o magnésio presente no amendoim, pode ser o primeiro passo para quem procura melhorar a saúde mental, assunto contemplado no mês de prevenção ao suicídio, o setembro amarelo.
Bruna Pavão, consultora nutricional da marca Cuida Bem, antes mesmo de explicar mais sobre o tema alimentação, pondera que para manter a saúde mental em forma é preciso estar bem consigo mesmo e com os outros, aceitar as exigências da vida, saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis: “É necessário reconhecer os próprios limites e saber a hora de procurar ajuda”.
Sabendo disso, uma forma de aumentar a qualidade de vida é cuidar da alimentação. O primeiro passo é se concentrar em consumir alimentos in natura e minimamente processados. Mas também há momentos para relaxar e ingerir itens da categoria de indulgência, formada por alimentos que não servem apenas para nutrir, mas também para promover prazer.
A nutricionista pontua que não adianta recorrer a dietas exageradas ou ser muito rígido. “Seja gentil com você mesmo. Um princípio que ajuda muito a ter um equilíbrio alimentar sem abrir mão dos alimentos gostosos é o princípio 80/20, no qual 80% da sua alimentação vai ser saudável e 20% será ‘livre’ para comer o que quiser. Com essa liberdade, você conseguirá explorar opções de alimentação saudável sem restrições, dando espaço para momentos prazerosos com as suas comidas preferidas também”, reforça Bruna.
O mercado conta com opções diversas, que entregam sabor e saúde, e saber escolher é a chave. “Os doces Zero Adição de Açúcar, como os da linha Cuida Bem, são um grande exemplo de alimentos para se consumir sem culpa. Eles possibilitam, inclusive, que as pessoas criem novos hábitos sem restrições de comer um doce quando sentir vontade.”
Na hora de escolher esses sabores, no entanto, que tal privilegiar alguns alimentos que podem dar uma força a mais para a sua saúde mental? Segundo a Bruna, entre as frutas, a banana se destaca. Usada em barras de nuts e em outros formatos de doces sem adição de açúcar, é rica em triptofano, um aminoácido que auxilia na produção do neurotransmissor serotonina, mais conhecido como hormônio da felicidade. “É bom para regular o humor, promover a sensação de bem-estar e prazer. Atua em diversas funções do Sistema Nervoso Central.”
Contra a depressão, doença que pode ser um gatilho para o suicídio, além de todos os cuidados fundamentais, vale uma porção de amendoim. Assim como a semente de girassol, a leguminosa possui vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, B9, B12), que são essenciais para o equilíbrio saudável dos sistemas imune e nervoso. “A sua deficiência tem sido associada a vários distúrbios neurológicos. Além da depressão, entra na lista a ansiedade, a demência e a doença de Alzheimer”, explica a consultora.
O amendoim também é benéfico pois possui magnésio, um mineral que está envolvido em mais de 300 reações do corpo humano, com papel bem variado: da produção de energia até a regulação de neurotransmissores. “Quando não é consumido em quantidades adequadas, pode promover resistência à insulina, facilitar a hipertensão e o surgimento de transtornos psiquiátricos. Além de compor o amendoim e as castanhas, está prioritariamente em frutas, verduras e grãos integrais.”
Na ausência de um único herói, vilões bem definidos
A consultora Bruna faz questão de frisar que nenhum item isoladamente é capaz de comprometer a saúde mental do indivíduo. “Ela vai ser acometida por um conjunto de maus hábitos que, ao longo do tempo, podem prejudicar sistemicamente, causando quadros de estresse, ansiedade e depressão”, pontua.
Aí entram os principais vilões de uma alimentação saudável e das vantagens oferecidas por ela. “O maior fator de impacto são os alimentos ricos em gorduras saturadas, frituras, açúcares de adição, sal em excesso, corantes e conservantes, pois eles podem promover um quadro inflamatório que, indiretamente, torna a pessoa mais predisposta a comprometer sua saúde mental, impactando até mesmo a memória, o humor e o raciocínio.”
Como dicas, Bruna destaca: aposte na variedade, moderação, qualidade dos alimentos e evite os ultraprocessados e aqueles considerados inflamatórios. Tudo isso é crucial para uma boa dieta, que reflita positivamente na qualidade de vida do indivíduo. Junte a isso a constância. “Dentro dos hábitos alimentares, a chave para evitar frustrações é justamente a constância. Os resultados não vêm da noite para o dia; muitas vezes, a mudança de um único ‘mau hábito’ pode demorar até três meses.”
Repensar a alimentação, incluir na rotina a prática de atividades físicas e desenvolver novos hobbies que possam divertir, distrair e dar ainda mais sentido à vida são, para a Bruna, as principais orientações para quem quer mais saúde mental.