Também conhecida como calazar, doença não tem cura e afeta pets e humanos
Para quem convive com cães, é bem provável que já tenha se entristecido com casos de morte por leishmaniose. A enfermidade, popularmente conhecida como Calazar, é um tipo de zoonose que pode acometer animais de estimação e seres humanos. A contaminação ocorre por meio da picada do mosquito-palha, inseto predominante em regiões quentes e úmidas, com hábitos predominantemente noturnos e crepusculares, proveniente da família das moscas, porém pequeno como uma pulga.
Como explica a docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, professora Vanessa Lowe, o tamanho do mosquito justifica a facilidade da transmissão. “Por terem até 5 milímetros, eles não têm problemas para atravessar mosqueteiros e telas de proteção e alcançam mais pessoas e pets”, afirma. Diferente das fêmeas, os machos possuem mandíbulas rudimentares, não sendo capazes de penetrar na pele dos vertebrados e nem de se alimentar de sangue.
“As larvas do mosquito-palha também se alimentas de matéria orgânica em decomposição, então eles podem estar presentes em áreas com folhas, frutos e lixos, assim como fezes de animais. Para identificá-los, é preciso observar sua pigmentação, que varia entre o amarelo e a cor de palha, além de seu comportamento, pois é um inseto que mantém as asas eretas e semiabertas mesmo em repouso”, completa.
Após serem picados por uma fêmea infectada, os cães se tornam um reservatório do protozoário Leishmania. O mesmo pode acontecer quando o inseto, vetor da leishmaniose, picar um ser humano.
Não há cura para a doença, portanto, as formas de prevenção envolvem distanciamento de áreas com maior incidência dos mosquitos transmissores, geralmente ambientes rurais, uso de roupas com mangas e repelentes, orienta a acadêmica da Anhanguera. “Alguns roedores, que podem carregas o protozoário no organismo, são atraídos pelo lixo e por locais aquecidos dentro de casa. É importante manter a área residencial limpa e trocar regularmente a ração e água dos pets”, recomenda.
De modo geral, segundo a médica veterinária, é importante observar os pets caso eles apresentem o seguinte conjunto de sintomas:
- Enfraquecimento do pelo;
- Ferida no focinho, orelhas e região dos olhos;
- Apatia;
- Crescimento anormal das unhas;
- Perda de peso, emagrecimento progressivo e anorexia;
- Aumento do volume abdominal;
- Paralisia dos membros.
O diagnóstico da leishmaniose ocorre de duas maneiras. A mais comum é pela sorologia — procurando a reação do organismo à presença do agente e a segunda, também eficaz, é a citologia, que rastreia o próprio parasita.
“Existe medicamento para o tratamento da leishmaniose, que age diretamente no protozoário hospedado, porém, ainda é necessário cuidar dos problemas pontuais do cão infectado, como as feridas de pele e perda de peso que surgem com o avanço da enfermidade”, finaliza.
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