A Síndrome de Apert é uma doença rara que faz com que as crianças nasçam com os dedos das mãos e/ou dos pés colados, o que chamamos de Sindactilia. A pele de tilápia, o segundo peixe de cativeiro mais consumido do mundo, tornou-se uma alternativa para o tratamento de crianças com Apert, atuando como enxerto biológico em crianças que passam por cirurgia para corrigir a Sindactilia.
Os procedimentos são desenvolvidos pela Universidade Federal do Ceará e reduzem também os custos do pós-operatório, diminuindo o tempo cirúrgico e atuando também no alívio da dor. Iniciadas em 2016, as pesquisas com pele de tilápia envolvem mais de 260 pesquisadores no mundo inteiro e já foram aplicadas em mais de 500 pessoas, vítimas de queimaduras.
A parte inferior da pele da tilápia é rica em colágeno, que passa a ser absorvido pela ferida e cria uma matriz dérmica preparando a ferida para receber, posteriormente, o enxerto com o tecido do próprio paciente. A técnica diminui o número de curativos utilizados no pós-operatório. Dessa forma, após a cirurgia, cada curativo permanece por até 5 dias e, em seguida, após 10 ou 12 dias é realizada a enxertia definitiva com a pele do próprio paciente.
Depois da cirurgia de Sindactilia, forma-se o que chamamos de área cruenta, uma região sem pele. Convencionalmente, o paciente recebe um enxerto do próprio corpo, retirado da região da virilha, no entanto, há grande perda de tecido enxertado. Com a pele de tilápia, um curativo biológico, há a ampliação da pega da pele enxertada.
Atualmente, o Hospital Sobrapar de Crânio e Face, que realiza por meio ações de filantropia, mais de 1 mil cirurgias de pacientes com síndromes raras, cranioestenoses e fendas labiopalatinas, realiza o tratamento com pele de tilápia em parceria com a Universidade Federal do Ceará. As peles dos peixes são doadas por pisciculturas e passam por um processo especial de desidratação e esterilização.
<h2> O que é a Síndrome de Apert – anomalia associada a sindactilia e alterações craniofaciais </h2>
A Síndrome de Apert é uma anomalia craniofacial classificada como uma cranioestenose sindrômica (ocasião em que há o fechamento precoce da moleira do bebê) e é causada por mutações genéticas que provocam deformidades na região da face, sindactilias, além da possibilidade de ocasionar em perda da visão e audição, inflamações no ouvido, problemas cardiorrespiratórios, entre outros acometimentos.
O tratamento para Síndrome Apert envolve correções cirúrgicas e estéticas que visam a busca pela qualidade de vida e a melhor aceitação do paciente.