As Tiny Houses têm incentivado pessoas no Brasil e no mundo a simplificar suas vidas e ampliar o contato com a natureza. Indo muito além de ser um tipo de moradia, hoje, existem projetos com foco em turismo também. Esta é a proposta do Jardim das Aroeiras, uma área com quatro mini cabanas em Garopaba-SC. Neste lugar, a prioridade foi utilizar soluções sustentáveis na construção.
O projeto se tornou um negócio há três anos, mas a história começou na década de 90, quando os pais de Isadora Schmitz compraram os primeiros terrenos no morro da Praia da Ferrugem. Construíram uma casa de veraneio, na época, sem luz, estrada pavimentada e água tratada. “Ali vivemos os nossos melhores momentos da nossa infância e adolescência. Nossas férias eram repletas de leitura de livros, jogos em família, trilhas e contato com a natureza”, conta.
Foi onde a bióloga se apaixonou pela botânica e passou a carregar consigo uma enorme vontade de morar cercada pela mata e próxima da praia. Muitos anos se passaram e o sonho dela se realizou. “Me mudei pra cá com o meu companheiro Andreas Dattelkremer em 2018, quando ainda não tinha energia, e passamos a nos dedicar a reformar e a cuidar do local”, ressalta a bióloga.
Logo depois, a luz chegou na casa. As ideias do casal também foram iluminadas e eles decidiram ampliar esse estilo de vida minimalista. “Iniciamos a construção da primeira mini cabana em 2019 e, em março de 2020, recebemos os nossos primeiros hóspedes via plataforma de hospedagem”.
O plano deu certo e outros familiares decidiram investir. Juntos, eles saltaram de uma para quatro cabanas em 2022. Optaram pela arquitetura modular para construir com o menor impacto ao meio ambiente e utilizaram o sistema Construtivo da Ecotelhado, que possibilita rápida instalação e com acabamento de plantas no exterior.
As mini casas têm telhados verdes com captação e reuso de água da chuva, vasos sanitários de 0,5L, que evitam desperdício de água, e separação de águas cinzas e negras para tratamento biológico. A cobertura verde da Ecotelhado absorve energia solar e reduz a temperatura interna das cabanas.
Os móveis de antiquário e as portas chinesas utilizadas nas cabanas foram herdados da família Dattelkremer. No paisagismo, a família de Isadora prezou por plantas nativas. “Fizemos um trabalho de reflorestamento desde a compra do primeiro terreno, em 1990, que era um campo de gado. Plantamos muitas mudas e deixamos a natureza fazer seu papel: a mata nativa voltou!”, relembra Isadora.
O terreno conta ainda com um açude, que abastece todas cabanas com água, e muitas árvores frutíferas. O nome Jardim das Aroeiras foi escolhido para honrar a árvore nativa primária Aroeira-Vermelha, que auxiliou no processo de recuperação da área. Além disso, esta é uma planta medicinal com propriedades cicatrizante e anti-inflamatória e de uso na culinária.
Os hóspedes têm acesso ao atelier, um espaço de uso comunitário com cozinha, wi-fi e espaço para eventos. Para quem desejar, a experiência é enriquecida com aulas de surf, yoga, trilhas guiadas, massagens, oficina de marcenaria e aulas de tecido acrobático.
“A nossa missão é gerar experiências únicas em contato com um estilo de vida inspirado no Design Biofílico, conceito que prega o amor pela vida e busca integrar o ser humano com a natureza. Queremos mostrar que é possível viver de forma sustentável. Nada melhor do que compartilhar esse lugar cheio de boas memórias, que nos enche de alegria”, finaliza Isadora.
Fotos Eduardo Rad