Gildo Afonso superou a doença ao concluir prova em Florianópolis, mas pode perder direito a tratamento e voltar a andar de cadeira de rodas
No final de maio, quando o servidor público e atleta Gildo Afonso, portador de esclerose múltipla, concluiu a prova de IRONMAN, em Florianópolis, mal sabia que toda a sua felicidade em superar este tipo de doença em uma das provas de resistência mais difíceis do mundo, poderia ser ofuscada pela preocupação de poder retroceder o seu tratamento e voltar a andar de cadeira de rodas.
Diagnosticado com esclerose múltipla (EM) entre os anos de 2016 e 2017, Gildo, desde então, fez diversos tratamentos sugeridos pelo rol da ANS. As medicações jamais foram eficazes, pelo contrário, em uma troca delas, quando migrou para um outro tipo de tratamento, fez com que voltasse para cadeira de rodas e ficasse internado por quase 30 dias no hospital, interrompendo o seu ciclo de treinos para maratonas.
Foi assim que entrou com processo judicial, após o plano de saúde ter negado o tratamento de uma medicação que não faz parte do rol da ANS. Com o processo ainda em tramitação, possui um pedido liminar para o tratamento, sendo o único que até agora deu certo.“ Hoje meu salário corresponde a metade da injeção que tomo todo mês, em torno de R$ 10 mil, o que é inviável para me manter após a decisão do STJ ao taxar medicações e tratamentos que estejam fora do rol da ANS”, explica o atleta.
“Alguns podem achar exagero, mas corro risco de morte após esta decisão. Quando concluí o IRONMAN, com muito esforço, esperava colocar uma nova meta para superar os meus limites, como escalar o Everest, mas agora terei que substituir por uma outra meta: sobreviver devido a uma decisão equivocada”, conclui Gildo Afonso.