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Quais doenças podem ser geradas pelo excesso de trabalho?

Em nossa sociedade cada vez mais agitada e apressada, é fácil pensar que o estresse por excesso de trabalho é algo normal e inevitável. No entanto, não é isso que as pesquisas mostram.

Trabalhar mais do que 55 horas por semana aumenta o risco de morte por doença cardíaca e acidente vascular cerebral.

Esses números são fornecidos por um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na revista “Environment International”, que alerta para a expansão da jornada de trabalho causada justamente pela pandemia de COVID-19.

Nesse sentido, podemos pensar que o vírus pandêmico não só causou a necessidade de respirador pulmonar para muitas pessoas, como também desencadeou várias doenças psicológicas e sociais devido ao excesso de trabalho atrelado ao isolamento.

Síndrome de burnout

Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, tem havido transtorno comportamental relacionado ao excesso de trabalho, que hoje é conhecido como a síndrome de burnout.

Esta doença mental é caracterizada por mudanças repentinas de comportamento, que se manifestam em irritabilidade, falta de interesse nas atividades de trabalho, necessidade de isolamento e sintomas de paranóia.

Essa síndrome ocorre quando há desgaste no trabalho ou quando ele se torna excessivo. Geralmente essa doença é confundida com depressão, mas o diagnóstico cuidadoso pode diferenciá-la, pois o ambiente de trabalho exaustivo é o gatilho predominante.

Pessoas que trabalham em uma empresa de portaria para condomínio, por exemplo, possuem rotinas noturnas muito pesadas, pois precisam ficar alertas o tempo inteiro tanto pela segurança do condomínio, como pela permissão de entrada e saída dos portões.

Em suma, as principais causas da síndrome de burnout são:

  • Sobrecarga de trabalho;
  • Turnos exaustivos (física e psicologicamente);
  • Falta de estímulo e gratificação;
  • Remuneração inadequada.

Portanto, essa síndrome não é um problema ou condição pessoal, mas da relação da pessoa com o contexto de trabalho. Isso porque, mesmo que para alguns o contexto de trabalho seja de gratificação e crescimento, para outros um ambiente de trabalho pode ser extremamente estressante.

Logo, é a interação entre os diferentes fatores ocupacionais e os fatores individuais que causam o burnout, principalmente nos primeiros anos de carreira e mais frequentemente nas mulheres.

Depressão e ansiedade

Muitas pessoas se sentem ansiosas e deprimidas, isso é normal no ser humano. A morte de um ente querido, a demissão do trabalho, o divórcio e outras situações difíceis podem ter um impacto na vida das pessoas, mas isso se torna um distúrbio quando perdura muito tempo.

Além disso, o excesso de trabalho também pode contribuir para o desenvolvimento de ansiedade e depressão no nível acima do normal, caracterizando assim esses transtornos psicológicos que devem ser tratados com especialistas.

Nesse quesito, a pessoa deprimida não responde mais aos prazer da vida, fica desmotivada e sofre em vários aspectos. Juntamente com a depressão ou isolamento, o excesso de trabalho também pode causar ansiedade, e é identificada pelo constante estado de inquietação e tensão.

Também há sintomas físicos, como um aumento da frequência cardíaca e sudorese, enquanto psicologicamente há uma preocupação intensa com o futuro, déficit de atenção e até o aparecimento de crises nervosas.

Depressão e transtornos de ansiedade são diferentes, mas as pessoas com depressão geralmente apresentam sintomas semelhantes aos do transtorno de ansiedade, como:

  • Nervosismo;
  • Irritabilidade;
  • Distúrbios do sono;
  • Arritmia;
  • Falta de ar;
  • Problemas de concentração.

Cada doença tem suas causas e apresentam sintomas emocionais e comportamentais específicos, mas muitos dos pacientes que desenvolvem uma dessas condições têm histórico da outra.

Não há confirmação de que um transtorno deva necessariamente estar relacionado ao outro, mas é evidente que muitas pessoas sofrem de ambas as doenças.

O mais importante é, nos momentos de crise, caso os sintomas mais graves como falta de ar e arritmia forem identificados, tomar um chá calmante, ir para um ambiente ventilado ou utilizar um climatizador e umidificador industrial a fim de acalmar os sintomas.

Síndrome do pânico

A síndrome do pânico é um evento caracterizado pelo aparecimento de uma sensação muito forte e repentina de medo, desconforto e ansiedade acompanhada de sintomas emocionais e físicos.

Caracteriza-se pela súbita sensação de pressão, como se não houvesse possibilidade de ir a outro lugar. Todo esse transtorno e sensações não têm causa aparente, mas podem ser intensamente influenciados por condições exacerbadas por excesso de trabalho.

Ou seja, pessoas que trabalham em uma empresa de elétrica industrial ou setores que sempre demandam de muita atenção, sofrem grandes pressões e podem desenvolver esse tipo de transtorno mais facilmente.

É comum, por exemplo, que pessoas com transtorno do pânico tenham a sensação de que vão morrer a qualquer momento.

Esse tipo de sofrimento não afeta apenas o indivíduo, já que a família e amigos podem ser afetados porque é comum que uma pessoa com síndrome do pânico precise de ajuda de pessoas próximas.

Os sintomas da síndrome do pânico são:

  • Medo de perder o controle;
  • Sudorese intensa;
  • Palpitações;
  • Tremores;
  • Sensação de asfixia;
  • Dor no peito;
  • Sensação de tontura;
  • Náusea;
  • Arrepios;
  • Sensações de formigamento ou dormência nos membros.

Embora essa descrição do ataque de pânico certamente tenha um forte impacto, é importante ressaltar que, do ponto de vista médico, esse episódio não parece ser perigoso para o indivíduo, mas pode acarretar diversos problemas sociais e no trabalho.

Distúrbios alimentares

O excesso de trabalho também interfere diretamente nos hábitos alimentares do indivíduo. 

Ou seja, o estresse criado por este tipo de comportamento pode “dizer ao corpo” que ele precisa comer mais para construir a energia disponível para as atividades que estão sendo realizadas, principalmente em excesso de trabalho.

Nesse sentido, os transtornos alimentares, como a compulsão alimentar, são comuns. Esse distúrbio é caracterizado pela ingestão de grandes quantidades de alimentos em curtos intervalos de tempo.

Geralmente essa situação é desencadeada pela necessidade de obter prazer momentâneo para aliviar frustrações e insatisfação com o trabalho.

Geralmente, em empresas de aplicação de drones na inspeção de torres elétrica também há grandes cargas de trabalho com turnos desajustados aos horários ideais, o que pode contribuir ainda mais para o desenvolvimento do quadro.

Doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares ainda representam a principal causa de mortalidade nos países industrializados, tanto pela má alimentação, como pela rotina intensa de trabalho.

Nesse sentido, atividades e situações estressantes no trabalho acabam afetando a saúde do coração. Isso porque o fluxo sanguíneo e a frequência cardíaca são de alta pressão e o estresse no trabalho é constante.

Além disso, há a liberação de substâncias na corrente sanguínea que eventualmente desequilibram a atividade cardíaca.

Em outro exemplo prático, pessoas que trabalham em comercializadora de insumos químicos também possuem grandes cargas de trabalho intensas, além de que demandam extrema atenção e cuidados de manuseio.

O que também contribui para o estresse gerado pelo trabalho e consequentemente aumenta o risco de doenças do coração.

A doença cardiovascular pode resultar em formação de coágulos, pressão alta, risco de ataque cardíaco e derrame.

Insônia

Passar várias noites seguidas sem dormir por causa de pensamentos sobre seu trabalho é algo muito comum, principalmente em empregos como guardas de seguranças que utilizam dispositivos de controle industrial e ficam em alerta durante toda madrugada.

Ou seja, quando estão em dias de folga, o corpo está tão acostumado pela rotina de ficar sem dormir que podem desenvolver insônia, mesmo com sono ou cansaço.

A insônia ocorre porque a ansiedade gerada pelo excesso de trabalho não permite que seu corpo se acalme para que o sono chegue. Privar-se do sono pode gerar diversos danos psíquicos até para o dia a dia. A pessoa que não dorme acaba tendo dificuldade de memória e concentração.

Todas as atividades diárias têm que ser efetivamente retrabalhadas pelo sono para que elas se reorganizem e não causem distúrbios na saúde.

Além disso, uma pessoa que sofre de insônia não descansa fisicamente, ela se sente cansada o dia todo e compromete sua rotina pessoal e profissional, afetando sua vida profissional.

É um ciclo que causa bastante angústia para quem sofre disso, sendo um sinal claro de que é um momento de reorganizar a vida e diminuir as cargas de trabalho.

Dores musculares e na coluna

Durante alguma atividade excessiva, seja no trabalho ou em casa, nosso corpo começa a sentir pressão, forçando além do que está preparado.

Exemplificando, geralmente quem trabalha com trabalhos braçais que demandam muito esforço físico, como manutenção de aquecedor de água a gás, desenvolvem esses tipos de dores mais facilmente.

É por isso que o esforço excessivo geralmente causa problemas musculares e dores nas costas, dor lombar e ciática. Isso acontece porque um trabalho mal concebido faz com que as estruturas do corpo tenham sua posição correta, atingindo as vértebras e a coluna.

Por isso, é de fundamental importância garantir o sustento, o equilíbrio e o movimento normal do corpo.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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