O Instituto Nacional de Câncer (Inca) calcula que as despesas totais com os tipos de câncer mais frequentes no Brasil (mama, colorretal e endométrio) serão de R$ 2,5 bilhões em 2030, podendo chegar, em 2040, a R$ 3,4 bilhões. Os gastos englobam procedimentos hospitalares e ambulatoriais feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) em pacientes oncológicos com mais de 30 anos. Só será possível reverter este cenário com mudanças no estilo de vida da população.
“Incorporar atividades físicas à rotina diária é uma forma de proteger-se contra o câncer”, comenta a dirigente da ONG Maple Tree Brasil, Alice Francisco. “Isso porque um estilo de vida mais ativo promove o equilíbrio hormonal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso adequado.”
Estudos reforçam tese
Estudo desenvolvido na Unifesp, com a colaboração de pesquisadores da Universidade de Harvard (Estados Unidos), Universidade Internacional de Valência (Espanha), Universidade Pública de Navarra (Espanha) e Universidade de Santiago (Chile), reforçou que a atividade física em geral reduz o risco de sete tipos de câncer: mama, cólon, endométrio, estômago, esôfago, rim e bexiga.
Essa pesquisa vem ao encontro das orientações da Organização Mundial da Saúde, que recomenda a prática de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana, ou de 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica vigorosa (ou uma combinação equivalente de intensidades). Também são indicados exercícios de fortalecimento duas vezes por semana.
Recomendações do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde publicou, em 2021, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, reconhecendo a necessidade de transformar a atividade física uma política de Estado, por meio da fundação e avanço de políticas públicas pautadas e estruturadas em evidências.
Já o Inca, que se pôs ao lado de diversas instituições globais do campo de prevenção e controle de câncer, tem aplicado forças em pesquisas e disponibilizado apoio a projetos que envolvam atividade física.
Reabilitação oncológica
Alice Francisco complementa: “Os exercícios físicos também podem ser realizados pelos pacientes oncológicos – inclusive, como uma forma de reabilitação pré e pós-cirúrgica. O programa deve ser elaborado por profissionais da área, em conjunto com oncologistas clínicos, levando em consideração o estilo de vida do paciente antes da doença e seus limites diante da nova realidade. Somente assim, ele se tornará seguro, eficaz e agradável”.
A ONG Maple Tree Cancer Alliance tem seu foco nos estudos e no incentivo à nutrição adequada e aos exercícios físicos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos. A entidade tem abrangência internacional e, no Brasil, sua sede encontra-se na cidade de Sorocaba.
Como fonte de recursos para subsidiar suas ações no país, a entidade possui o curso “Exercício Físico no Paciente Oncológico”, ministrado pela equipe da Maple Tree Brasil e convidados. Ele foi apresentado ao vivo nos meses de março e abril de 2020 e, agora, está disponível pela plataforma Hotmart.
Trata-se de um conteúdo destinado a profissionais da área da saúde. Ele traz a condução de intervenções de exercício físico para pacientes oncológicos e é dividido em três módulos – Básico em Oncologia, Câncer de Mama e Câncer de Próstata. Em seu conteúdo programático, são abordados os possíveis efeitos frente à prática regular do exercício em relação ao risco de desenvolvimento ou recidiva do câncer.
A compra pode ser feita via https://bit.ly/