por Dian Costa e Fernando Ruano
“A pandemia veio para acelerar a transformação digital nas companhias”. Essa frase é constantemente abordada nas rodas de conversas entre os CEOs. Entretanto, as empresas estão começando a entender que se transformar digitalmente não é apenas trabalhar na nuvem ou criar aplicativos e sistemas. É principalmente, um processo de mudança de cultura. Para as empresas terem sucesso em seus projetos de transformação digital, é preciso que a mentalidade “Ágil” passe a fazer parte da rotina da empresa em toda a sua escalabilidade de ações.
Isso porque quando falamos em transformação digital, estamos falando além das questões tecnológicas. Por exemplo, quando uma empresa abre a possibilidade de home office aos seus funcionários, cria-se a oportunidade de contratar pessoas de qualquer lugar do Brasil e do mundo, injetando na empresa pessoas de culturas e formações bem diversas. Faz parte da maturação digital das companhias conseguir interpretar que a transformação digital não é apenas tecnologia, mas sim, a mudança na forma de pensar e evoluir dentro da cultura organizacional.
A mentalidade “Ágil” vem justamente para revolucionar a forma de trabalhar das equipes. Para quem não sabe, em 2001, foi apresentado um manifesto que era uma declaração de princípios que fundamentam o desenvolvimento ágil de software. Entretanto, nas décadas de 1980 e 1990 algumas companhias já utilizavam técnicas de “Scrum”, metodologia de desenvolvimento ágil para criação de softwares baseada em um processo interativo e incremental. O “Scrum” é adaptável, rápido, flexível e eficaz, projetado para oferecer valor aos clientes durante todo o desenvolvimento do projeto.
Neste conceito macro de agilidade, há dois objetivos estratégicos. O primeiro é buscar a excelência para o cliente e para o colaborador. O segundo visa simplificar e escalonar a empresa. De forma geral, o conceito “Ágil” tem o intuito de auxiliar as empresas a buscarem soluções garantindo uma resposta mais rápida aos clientes, por meio de produtos e serviços. A agilidade nos ajuda a adaptar as necessidades.
Um exemplo que podemos citar sobre empregar bem os conceitos de agilidade, são os bancos digitais. Essas companhias possuem uma mentalidade voltada para valores e princípio, com foco em proximidade com os clientes. As fintechstrabalham com ciclos curtos de entregas, facilitando na antecipação de possíveis problemas, com respostas mais rápidas e validações constantes.
O papel da agilidade dentro da transformação digital também está relacionado a estruturação das companhias. Antigamente as estruturas eram separadas por departamentos: marketing, comercial, financeiro etc. A mentalidade “Ágil”, horizontaliza essas estruturas, colocando pessoas de vários times atuando juntas. Desta forma, cria-se pequenos grupos, trazendo a mentalidade de startups para dentro de grandes empresas, gerando respostas mais rápidas aos clientes e satisfação para os funcionários. Além disso, quando se aplica essa horizontalização, é necessário orquestrar os times de forma que um não passe por cima do outro, garantindo que esses grupos entreguem mesmo com ciclos menores.
Na cultura “Ágil”, quebrar projetos de um ano, para três meses é algo que faz parte de sua aplicação. Quando as empresas conseguem mudar essa forma de pensar as execuções dos projetos, pivotando se aquela ação está gerando valor ou não, começa-se a entender que a agilidade já faz parte da companhia.
A metodologia de agilidade também emprega a questão da empatia. No mundo corporativo, é primordial entender qual o desejo do cliente para prover melhores produtos e serviços. As empresas que aplicarem a agilidade precisam se colocar no lugar dos usuários, pois hoje a experiência do consumidor é essencial para o sucesso dos negócios.
Com isso, podemos concluir que a transformação digital e o conceito “Ágil” estão conectados. As companhias que quiserem evoluir digitalmente precisarão ser ágeis em todos os sentidos. Um hábito para virar um comportamento não tem tempo específico e cada empresa precisa entender as suas necessidades internas e externas para aplicar a cultura de agilidade. Só desta forma que as empresas terão sucesso no mercado atual e com a velocidade das mudanças que impactam diariamente os seus mercados.
Dian Costa é Gerente de Agilidade da Meta e Fernando Ruano é Líder do LACE da Meta.