por Caren Macohin
O ano de 2020 representou um grande desafio para empresas de todo o mundo, que, em meio a uma recessão global, precisaram se adequar com agilidade a um cenário de pandemia, algo completamente novo para todos. Entretanto, apesar do panorama marcado por dificuldades, um segmento está em franca evolução, trabalhando com perspectivas especialmente positivas. São as companhias familiares brasileiras, que têm atuado de forma mais intensa do que nunca para manter seus legados.
Segundo a pesquisa Family Business 2021, realizada pela PwC com 2.801 participantes de 87 países, apesar do impacto global provocado pela pandemia em todas os setores, o ano de 2021 se iniciou com dados surpreendentes sobre as empresas familiares brasileiras: cerca de 78% esperam crescer em 2021 — perspectiva maior que os 65% dos entrevistados no mundo. O aumento do faturamento em 2022 é aguardado por 85% dos CEOs brasileiros, índice muito próximo aos 86% registrados globalmente. E se as projeções positivas dos empresários familiares do país são reflexos dos propósitos e valores cultivados nas companhias, elas também têm relação direta com o ótimo desempenho observado antes da pandemia, no último ano financeiro, quando 63% das empresas familiares cresceram e apenas 13% recuaram.
Essa perspectiva positiva do empresariado familiar brasileiro também foi influenciada pelo forte desempenho no último ano financeiro (antes da pandemia), no qual 63% experimentaram crescimento e apenas 13% registraram redução nas vendas. Comparados com outros países que participaram da pesquisa, os nossos números mantêm-se otimistas: 55% das empresas familiares no mundo cresceram, enquanto 19% encolheram.
Sobre os processos de sucessão, a pesquisa da PwC mostra que 33% das companhias familiares que contam com fortes recursos digitais e 36% das que trabalham com valores formulados por escrito adotam um plano de sucessão robusto, documentado e comunicado. Não por acaso estas empresas tiveram desempenhos melhores do que as demais durante a pandemia.
A evolução das empresas familiares nacionais ainda passa pelo fato de que 21% dos líderes pretendem que suas empresas coloquem responsabilidade social no topo de suas prioridades, com 7% planejando ampliar investimentos em atividades que representem apoio à comunidade. Embora não seja possível afirmar que expectativas e planos positivos serão concretizados, pelo menos bons sinais têm sido dados pelas empresas familiares. Mas se levarmos em conta a tradição e a resiliência destas companhias, não há motivos para duvidar de dias realmente interessantes no horizonte.
Caren Macohin é sócia da PwC Brasil