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Na última semana, a influenciadora digital Jade Picon, participante do Big Brother Brasil, comentou com os outros participantes do reality, que o seu irmão, Leonardo Picon, empreendedor e também influenciador digital, teria investido uma boa quantia de dinheiro em criptomoedas e havia perdido dinheiro. Mas por que será?
De acordo com o Igor Lucena, economista e empresário, é importante analisar que a fala da Jade Picon, dentro do Big Brother Brasil, é bem interessante, pois ela faz uma crítica que muita gente não se atenta.
“A grande maioria das pessoas que falam sobre criptomoedas ou criptoativos, sempre vêem os movimentos de alta que ocorrem como bitcoin ou etéreo, ou até mesmo a ripple. Entretanto, as criptomoedas são ativos especulativos muito complexos, porque não existe um lastro específico desses ativos, como por exemplo um fundo de investimento ou o próprio dólar. Esses ativos não têm uma base de garantias, não existem órgãos governamentais que possam restituir as pessoas, se esses ativos forem perdidos ou roubados e, em muitos países, a sua negociação pode até ser ilegal”, comenta.
Entretanto, ainda segundo o especialista, pessoas que investem recursos em criptoativos como seu principal investimento, geralmente, apresentam uma vontade de ter um lucro extraordinário – não se importando com os riscos.
“No caso que acompanhamos da Jade Picon, onde ela cita que o seu irmão investiu em criptomoedas e não deu certo, é um caso muito mais comum do que aquelas pessoas que ganharam dinheiro com criptoativos. Isso porque, do ponto de vista de investimento, o mais correto é o primeiro investimento diversificado – onde a pessoa tem parte em ações, renda fixa, moedas estrangeiras e, depois que você cria ativos que são muito mais seguros e estáveis, aí sim podem investir em criptomoedas, sabendo de todos os riscos. Esse caso comentado no Big Brother é uma coisa bastante comum, e preocupa muito as autoridades, quando vemos pessoas sem assessoria correta e por serem ativos voláteis, colocar muito dinheiro ou vender carro e casa, retirar dinheiro de outras aplicações, como fundo de rendas fixas, para colocar todos os recursos em criptomoedas, não só é perigoso, mas é temerário do ponto de vista de finanças pessoais”, complementa Igor.
Igor Lucena é Doutorando em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, membro da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs e da Associação Portuguesa de Ciência Política, e está à disposição da imprensa para comentar o assunto.
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