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Como economizar energia no setor comercial

Foto de Saya Kimura no Pexels

O gasto com energia elétrica pesa muito no bolso do comerciante. Dos quatro pilares de cargas energéticas de um estabelecimento, divididos em iluminação, aquecimento de água (piscinas e chuveiros) e cargas fixas (computador e eletrônicos em geral), o principal vilão costuma ser o ar-condicionado.

O sistema de refrigeração de uma empresa geralmente custa mais da metade do que todos os outros itens. Mas é possível otimizar gastos e obter mais eficiência nos equipamentos analisando dois aspectos: a política de uso e o desempenho de cada um deles.

No caso do ar-condicionado, é preciso monitorar diversas questões, como observar se o equipamento é ligado só quando se necessita, se é usado na temperatura correta, se há um padrão de utilização, identificar qual a temperatura ideal para o tipo de negócio em que é usado, se em dias quentes e frios a temperatura é a mesma, se é utilizado nas mesmas condições de uma área de conforto e área de produção. Todos esses aspectos vão fazer muita diferença na hora de pagar a conta.

O desempenho do ar-condicionado é outro fator a ser observado. Em analogia a um carro, o ar-condicionado também consome mais energia ao operar com peças danificadas. Uma boa forma de medir isso é comparando a temperatura ambiente com a de saída do ar-condicionado, que costuma ser 10 graus a menos. Caso haja discrepância nessa temperatura, pode ser um sinal de problema.

Esse critério também se aplica na área de iluminação. É interessante contar com sensores para que a luz ative apenas quando necessário. O desempenho da lâmpada pode ser medido por meio de critérios técnicos, especialmente relativo a cores, que favorecem determinados ambientes. Em escritórios, por exemplo, a lâmpada fria é recomendada, já em ambientes de conforto, luz quente.

Também é ideal substituir lâmpadas fluorescentes ou incandescentes por lâmpadas de LED, que entregam iluminação melhor, a menor custo e fazer a distribuição das lâmpadas para iluminar o máximo com o mínimo compatível para tal. Por último, observar se a proporção de lumens por watt é a mais eficiente possível.

No aquecimento de águas não é diferente. Os dois critérios também são os mesmos (política e desempenho). Na política de uso, é preciso conhecer o público e a atividade exercida, conhecer e padronizar a temperatura confortável para piscina e para chuveiros. Estes, sendo ativados por molas, ao invés de registros, para evitar desperdícios, usando inclusive a energia solar por meio de dispositivos chamados termoboilers que acumulam água quente por meio da luz do sol.

O sistema de aquecimento no Brasil é composto por energia elétrica, a gás e de biomassa. As duas primeiras encontram-se gravemente afetadas por crise política e econômica e tendo seus preços batendo recordes históricos. Já a de biomassa está muito popular em sistemas de grande porte, como hotéis e resorts que utilizam produtos naturais, como pellets ou lenha, para fazer o aquecimento necessário.

Esse modelo acaba sendo mais ecológico do que energia elétrica ou a gás, visto que se faz uso de madeiras condensadas que levam um bom tempo para serem consumidas e não liberam gases poluentes na atmosfera, como o gás natural faz, ou exigem grande empenho das hidroelétricas. Dessa forma, o sistema de biomassa gera uma energia limpa e muito menos danosa ao ambiente em relação às demais.

Já os sistemas de carga fixa (eletrônicos em geral), utilizados em escritórios, academias e até em cozinhas, o viés é muito direcionado para a conscientização da utilização do usuário. Para fins de desempenho, priorizar máquinas que tenham selo AAA ou AA do Inmetro, com entregas por watt mais interessantes em relação a equipamentos letras B ou C.

Diante dessas orientações, como gerenciar isso de maneira geral? É importante saber que aquilo que a gente não consegue mensurar, também não consegue gerenciar. Portanto estabelecer uma cultura de uso com regras as quais não podem ser burladas é imprescindível para garantir que só se utilize os equipamentos enquanto necessário. Também é importante adotar sistemas de monitoramento online, que podem ser aplicados nos quatro pilares do consumo e sua automatização garantindo que a política de uso seja cumprida da maneira mais eficiente possível.

Já o desempenho está estritamente ligado à manutenção e controle, e a forma mais eficiente conhecida hoje é por meio de sistema de telemetria que mede o desempenho do equipamento em tempo real, garantindo assim uma excelente cultura de uso e melhor desempenho, emitindo sinais todas às vezes que for necessária alguma intervenção.

 

Leandro Solarenco é engenheiro, especialista em projetos e master coach, CEO da Vetor Frio & Clima, empresa especializada em ar condicionado para negócios, oferendo projetos, instalação e manutenção, as levando do nível Start ao Premium, e da ProHound, startup focada em soluções em internet das coisas ao oferecer automação para redução de consumo de energia, gestão em tempo real de operações, manutenção automática, controle de qualidade de ar e monitoramento de temperatura e umidade neste mesmo segmento.