Planejar é preciso, mas como fazer isso em um cenário de pandemia?
Por Deise Moraes Saluti
Todos fazemos diversos planejamentos e, infelizmente, não concluímos por várias circunstâncias, como financeiro, falta de planejamento, disponibilidade, imprevistos e outros.
Mas, sim, todos sonhamos com melhores oportunidades a cada ano. Manter um planejamento requer, além de elaboração, uma disposição e muitos não aceitam renunciar a uma zona de conforto para iniciar algo novo por medo, insegurança ou não aceitar que para mudar seja necessário, primeiramente, modificar os pensamentos bloqueadores e trabalhar por um foco.
Isso porque muitos não aceitam ter que fazer esforço para atingir seus objetivos, acreditando que o mais confortável ou o mais fácil é o melhor. Se enganando, se autossabotando e impedindo, assim, qualquer crescimento pessoal.
Hoje, uma das maiores inseguranças que tomam conta de nos paralisar em realizar um projeto pessoal é a grande realidade pandêmica atual que estamos vivendo.
Ela causa frustrações, medo, incertezas ou outras reações emocionais. Por isso, não podemos deixar o medo tomar conta de vivermos em sociedade, nos relacionar, praticar esporte, mas, a maior dúvida é: como fazer? Como realizar um encontro, um trabalho presencial após tanto tempo isolado, com medo de nos contaminarmos?
Estar com cuidados na saúde mental e emocional são primordiais para retomarmos nossas atividades de rotina e nossos relacionamentos.
Isso porque a Atrofia Social causa a paralisia de nossas ações com o resto do mundo.
Causa medo, angústia, tristeza, inseguranças, incertezas de um mundo melhor, sem contaminação por vírus ou qualquer tipo de doença. A adaptação se torna difícil para o que chamamos de “novo normal”, afinal, o que ficou passado e o que esperar do novo?
Para essas e outras questões precisamos buscar apoio terapêutico e evitar alguns transtornos, como T.O.C, (Transtorno Obsessivo Compulsivo), T.A.G (Transtorno de Ansiedade Generalizada), Depressão ou Insônia.
Como lidar com a ansiedade que a pandemia traz?
Vivemos ansiosos por um cessar dessa pandemia, por um fim em doenças como a COVID1-9, H1N1 ou H3N2, que como a Influenza causa diversos prejuízos à nossa saúde, entre eles febre alta, mal-estar e dor de cabeça. Todos queremos estar imunizados e distantes de qualquer risco de contaminar ou ser contaminado.
Porém, como lidar com essa preocupação é o que nos diferencia no dia a dia. Vemos casos de isolamentos, casos de aglomerações e julgar quaisquer desses comportamentos pode ser injusto, pois cada pessoa conhece sua necessidade.
Por esses e vários outros motivos que devemos, individualmente, cuidarmos de nos manter protegidos e evitarmos qualquer risco que possamos apresentar a terceiros.
Casos graves de ansiedade geram conflitos dentro dos grupos, enquanto o medo constante da contaminação pode levar a um total isolamento, causando uma Depressão Grave e podendo levar a morte.
Se você conhece alguém que há muito tempo não se comunica com os amigos, mesmo que remotamente, que não visita amigos mesmo utilizando máscara e álcool gel, entre em contato, talvez ele esteja necessitando de uma ajuda profissional, um psicólogo ou psiquiatra, e esses profissionais hoje já podem prestar serviço por teleatendimento, facilitando o contato e as formas de ajuda para a pessoa em isolamento.
O importante é manter a calma, respirar fundo, se proteger o máximo possível e ir aos poucos se adaptando aos antigos costumes, sem correr qualquer risco de se contaminar ou ser responsável pela contaminação de qualquer pessoa.
Planejar requer saber viver um dia após o outro
Precisamos continuar a viver nossas vidas e rotinas, nossos sonhos, nossos projetos engavetados desde o início da pandemia, precisamos dar seguimento à nossa vida.
Não podemos parar de sonhar com um futuro melhor, com melhores condições de vida, com grandes conquistas que abandonamos e agora precisamos de um impulso para retomarmos de onde paramos. Sem medos e sem nos procrastinar, devemos seguir todos os dias um passo por vez, um dia por vez, mas nunca parar.
Não podemos desenvolver transtornos por desejar nos proteger, mas devemos continuar nos protegendo. Nossos cuidados com a saúde física e mental são essenciais para garantir qualidade de vida e proporcionar momentos tão felizes como já havíamos vivido antes. Com tudo aprendemos que não existe o momento especial, todos os momentos são especiais. Devemos viver cada dia de nossas vidas com as pessoas que nosso coração escolher.
Valorizar um nascer e um pôr-do-sol, uma planta, uma árvore ou uma pintura. Guardar dinheiro é importante, mas também devemos proporcionar momentos felizes a nós mesmos e a todos que nos desejam o bem. Não deixar para amanhã o que podemos fazer hoje e amar, amar nossa vida até o último instante que pudermos!
Deise Moraes Saluti é psicóloga (CRP 06/154356 ) pós-graduada em Neuropsicopedagogia e Psicologia Infantil, além de especializada em atendimento de adolescentes e adultos. Para saber mais, acesse @dmspsicologia.