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Atenção com a alimentação é fundamental para mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos

Foto de Nadezhda Moryak no Pexels

Mulheres que têm a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e almejam realizar o grande sonho de ser mãe devem redobrar a atenção sobre a alimentação. Sim, o que elas comem podem interferir na síndrome, dificultando as chances de gravidez. Neste contexto, a alimentação e o estilo de vida têm papel fundamental no controle dos sintomas, e a ausência de uma dieta equilibrada pode piorar a SOP, inclusive contribuir para um prejuízo na ovulação.

“A SOP é uma síndrome hormonal-metabólica que acomete as mulheres, podendo impactar na saúde reprodutiva. Se manifesta nos pacientes de maneira heterogênea, existindo, portanto, diferentes sintomas e características apresentadas, alguns com relação direta com o metabolismo dietético, como, por exemplo, o elevado percentual de gordura e a resistência insulínica (quando o organismo tem dificuldade em reconhecer o hormônio insulina, que ajuda a controlar a quantidade de açúcar no sangue)”, explica a nutricionista clínica Bárbara Dora Alves Fernandes, que atua com nutrição e fertilidade na clínica Origen e é membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.

A Síndrome dos Ovários Policísticos afeta cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva. É uma disfunção hormonal que pode levar a uma não ovulação mensal, e que se torna crônica. Nesse caso, não ocorre o crescimento de folículos, não há produção dos hormônios estrogênio e progesterona e, consequentemente, não há menstruação. Ela pode surgir logo após a primeira menstruação ou tardiamente, em resposta a algum gatilho hormonal relacionado com o aumento da insulina ou ganho de peso. Embora a medicina não tenha um consenso sobre as causas da doença, nota-se que ela ocorre em maior frequência quando já há um caso anterior na família.

Mas o que a comida tem a ver com a síndrome? Se a SOP está relacionada a uma disfunção hormonal ligada ao desequilíbrio de insulina no organismo e ao possível ganho de peso, a alimentação é ponto primordial nesse contexto. Segundo Bárbara Fernandes, mulheres com SOP devem manter uma rotina equilibrada entre alimentação e atividade física para melhorar sua qualidade de vida e controle da doença.

“Alimentos ricos em carboidratos refinados prejudicam o controle de peso e pioram o quadro de resistência insulínica, consequentemente, podem agravar a SOP. As gorduras saturadas precisam ser evitadas na rotina alimentar por seu potencial pró-inflamatório, além de também contribuírem para um descontrole do peso. Bolos, roscas, biscoitos, pães feitos com farinhas refinadas, doces, alimentos ultraprocessados ricos em açúcares, fast food, carnes vermelhas e gordurosas, são exemplos de alimentos que não devem ser consumidos diariamente”, alerta.

Alimentos para incluir na dieta – Para atenuar os sintomas da SOP, ajudando, inclusive, no controle do peso e percentual de gordura, é importante incluir na dieta alimentos fontes de proteínas e fibras que melhoram o controle glicêmico das refeições. “Folhosos, vegetais, frutas com casca, peixes, frango, ovos, queijo branco, castanhas, são alimentos que podem ser incluídos diariamente. Alimentos fontes de inositol – composto natural, produzido por nosso organismo e também encontrado em alimentos, e que auxilia na ação dos neurotransmissores, como a serotonina – podem melhorar sintomas de mulheres com SOP e ciclos anovulatórios. São eles fígado, lecitina de soja, trigo integral, gérmen de trigo, amendoim, batata doce, repolho, melão e laranja”, cita a nutricionista. O cromo e as vitaminas do complexo B também são nutrientes importantes para o controle da glicemia e da insulina, presentes na canela e em vegetais verde escuros como couve, rúcula, espinafre.

Identificando e tratando a SOP – Para saber se a mulher sofre da SOP, são analisados sintomas e feitos exames de sangue que avaliam os níveis dos hormônios FSH, LH e prolactina. A ultrassonografia também é indicada para verificar se há indícios de aumento do volume ovariano, quando podem ser detectados folículos que não se desenvolveram e foram depositados nos ovários.

O tratamento da SOP é feito com medicamentos, que se mostram muito eficazes, dispensando procedimentos mais invasivos, como cirurgias. Para as mulheres com SOP que querem ser mães, o tratamento indicado é a indução da ovulação. Para aquelas que ainda não querem ter um bebê e buscam a regulação do fluxo menstrual, adotam-se as pílulas anticoncepcionais com o intuito de equilibrar as disfunções hormonais.

Sobre a Origen

Fundada há mais de 20 anos pelos médicos Marcos Sampaio e Selmo Geber, a Clínica Origen de Medicina Reprodutiva nasceu com o objetivo de centralizar a atenção médica, a disponibilidade da tecnologia e o acolhimento humano no bem-estar e respeito a seus pacientes, auxiliando-os na realização do sonho da maternidade.