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Passado o ciclo de comemorações, iniciamos novos períodos e, com eles, pensamentos mais positivos ligados sobretudo à confiança, paz e esperança. Para lidar com um mundo que muda a todo instante, mais do que pensar positivo, precisamos entender melhor como nós funcionamos, o que passa diretamente pelo nosso cérebro, suas capacidades e limitações.
Segundo Livia Ciacci, neurocientista do Supera– Ginástica para o Cérebro, o cérebro é uma máquina de adaptação, e as emoções positivas contribuem muito para manter o corpo em um estado mais relaxado e disposto a explorar o ambiente com curiosidade, além de facilitar a construção de confiança nos relacionamentos interpessoais.
“Cultivar uma mentalidade curiosa sobre a vida é um gatilho importante para alimentar um estado emocional mais positivo. Muitas vezes associamos a satisfação com a vida com uma paz serena e constante, mas a realidade não é bem assim. Na verdade, se tentarmos nos manter extremamente positivos o tempo todo, acabaremos mascarando emoções importantes e cultivaremos um estado estranho que pode culminar em ansiedade”, alertou.
A importância da serenidade
Você já parou para pensar que – mesmo com a necessidade de constante atualização –, o que nos leva mais longe muitas vezes são as nossas emoções e como reagimos ao que nos acontece?
Segundo a especialista, pessoas mais estáveis emocionalmente e mais satisfeitas com a própria vida entendem que as emoções servem como um termômetro que indica o que está acontecendo (e o que vai acontecer) no nosso meio social.
“E o mais importante: elas observam suas emoções e não escondem ou tentam disfarçá-las. Se estão com raiva, sentem a raiva refletindo sobre o que a causou, expressam essa raiva e em seguida escolhem como vão se comportar a partir dali.
Essa flexibilidade psicológica permite maior capacidade de tolerar o desconforto causado por diversas emoções, e é tão importante para a saúde mental quanto cultivar e receber estímulos positivos”, pontou.
Como olhar com mais cuidado para o cérebro em 2022?
Um dos maiores desafios do bem-estar hoje é, sem dúvida, o equilíbrio entre os muitos estímulos externos e a nossa capacidade de lidar com eles, o que não é algo exatamente novo, segundo a neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.
“Desde os tempos das cavernas nós só podemos prestar atenção em uma coisa por vez. A diferença está no fato de que, hoje, temos muito mais pessoas se esforçando para alternar atenção entre muitas coisas simultâneas. Essa tentativa incessante e eterna – eterna porque ela sempre será uma tentativa, nunca vai dar certo – faz com que fique cada vez mais difícil exercer o controle cognitivo de resistir às tantas distrações interessantes disponíveis – e isso se torna estressante para o cérebro. Por vezes procuramos nos absolver da culpa de um comportamento descontrolado afirmando que hoje temos redes sociais demais, e-mails demais, tecnologias demais…, mas a grande verdade é que nos deixamos levar”, alertou.
A importância da disciplina, concentração e foco
Ainda segundo a especialista, retomar o controle do próprio tempo depende de uma atitude consciente, ligada sobretudo a disciplina. O impacto negativo dos múltiplos estímulos só acontece se o cérebro não tomar as rédeas das escolhas que faz “Precisamos fazer um filtro constante: ‘O que realmente merece minha atenção e o que só vai me atrasar?’ Vou ficar duas horas nos aplicativos de celular ou vou optar por estar presente no jantar com a família?”. A prática de ginástica para o cérebro favorece e estimula as pequenas e constantes escolhas positivas que fazemos ao longo do ano. São essas que vão nos levar mais longe”, pontuou.
Saúde mental e o autoconhecimento
Uma das chaves para ter mais saúde mental é, sem dúvida, o caminho do autoconhecimento. Mais do que conhecer suas emoções ou gostos pessoais, o caminho do autoconhecimento também expõe limitações físicas e pessoais.
Neste sentido o treino cognitivo ou ginástica para o cérebro oferece ferramentas importantes para o desenvolvimento de habilidades sócio emocionais em diferentes faixas etárias.
“Uma vez que entendemos que, quando olho para mim, vejo um mosaico de representações mentais, fica mais fácil identificar como funcionam os pensamentos, quais são as forças e fraquezas, como posso me aceitar e conseguir ser mais gentil consigo mesmo, afinal, qualquer mudança interna só será possível após a autoaceitação e o autoconhecimento. Trabalhar a autoaceitação tem o poder de economizar energia, que seria gasta com brigas internas ou revoltas sem ação, e direcioná-la para realmente melhorar ou desenvolver algum aspecto do seu desejo. Aceitar dói menos sim, e libera o cérebro para se perdoar e buscar evolução”, concluiu Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro.
Janeiro branco – A campanha Janeiro branco tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para a Saúde Mental através de abordagens públicas como palestras e mobilizações. Em janeiro de 2022, por causa da pandemia do Covid-19, a Campanha priorizará espaços abertos e meios online (saiba mais em: janeirobranco.com.br)