A cirurgia de cesárea é incômoda por vários motivos diferentes. Mesmo sendo hoje um procedimento superseguro, o pós-operatório costuma ser desconfortável e cansativo. Além de disso, muitas mulheres costumam sofrer com a cicatriz que fica do procedimento.
Geralmente o processo de cicatrização acontece tranquilamente, mas em outros casos, pode ser um pouco mais complicado. Foi o caso da apresentadora Rafa Brites, que compartilhou um depoimento sobre o assunto com seus seguidores.
Rafa, que está esperando o segundo filho, contou como sua cicatriz ficou alta e endureceu depois do seu primeiro parto, e ainda sentia dores na hora de vestir uma calça mais apertada. Também levou um baque na autoestima. “Depois veio uma questão estética. Nos momentos íntimos, principalmente. Isso me chateava porque ela é bem grande, dura, alta e vermelha”, escreveu no seu perfil.
O problema na verdade é bem comum entre mulheres que passaram pela cesárea. “Essa deformação da cicatriz pode ocorrer por diversos motivos, como a utilização de linhas muitos grossas no momento da sutura, ter pouca atenção aos extremamente necessários cuidados pós-operatórios, como muita movimentação e exposição ao sol, ou até mesmo uma predisposição genética para queloide, que é um crescimento anormal do tecido da cicatriz,” conta Dr. Pedro Lozano, cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Já quando se fala de tratamento, existem diversas opções, e nem sempre é necessária a cirurgia plástica, mas isso vai depender de acordo com tipo de alteração de cada cicatriz.
Lozano explica que quando se nota uma cicatrização não uniforme, durante o primeiro ano, pode-se explorar opções menos invasivas. “A drenagem linfática, aplicação de pomadas tópicas e até a laserterapia podem ser usados para melhorar a estética do local, nestes primeiros meses quando a cicatriz ainda é jovem”, esclarece.
Segundo ele, depois da marca dos 9 a 12 meses, é necessário considerar uma possível intervenção cirúrgica, já que os outros métodos podem não ter tanto efeito. Nestes casos, Lozano explica, é removido todo o local da fibrose em excesso, dedicando-se a realizar outra sutura com uma simetria maior, com fios bem finos que não irão gerar muita reação inflamatória na nova cicatriz.
No caso do queloide, também é necessário um tratamento adicional chamado betaterapia, que nada mais é que uma radioterapia apenas sobre a cicatriz. “Este tratamento tem duração de apenas alguns minutos e deve ser iniciado no dia seguinte ao procedimento de correção da cicatriz, sendo necessários 10 dias de tratamento consecutivos ao todo.”
Pode parecer exagero, mas para muitas mulheres uma cicatriz como esta, num local tão íntimo, gera muita insegurança. “Essa correção é muito simples, sendo que a cirurgia dura muitas vezes menos de uma hora e é feita com anestesia local. O pós-operatório é muito mais tranquilo em relação à cesárea pois não há cortes nos músculos abdominais, apenas na pele e gorduras superficiais. Caso seja algo que esteja afetando o dia a dia, o bem-estar e a autoestima, acredito que seja muito importante fazer uma avaliação com um profissional de confiança,” orienta o cirurgião.