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A retirada de apêndice é uma operação considerada comum na cirurgia geral. A descoberta repentina de uma inflamação no órgão leva a muitos procedimentos como esse. De acordo com informações do Datasus do Ministério da Saúde, em 2019, aconteceram 48.803 internações por apendicite somente na região Sudeste do Brasil, tendo homens de 20 a 29 anos entre os mais afetados.
Mas se o alto volume de casos de apendicite preocupa, a retirada do apêndice em si é inofensiva, já que não traz impacto significativo ao corpo humano. O órgão é considerado pela maior parte da comunidade científica como um resquício evolutivo do homem, atualmente sem função reconhecida no organismo.
Mas há controvérsias sobre o assunto. Um estudo da Universidade de Duke (EUA), publicado em 2007, colocou em xeque essa premissa, ao apontar que o órgão ajuda o sistema imune por ser ambiente adequado ao crescimento de bactérias benéficas ao organismo. Segundo a pesquisa, as células do sistema imunológico presentes no apêndice existiriam para proteger bactérias benéficas que atuam no biofilme do intestino.
Como diagnosticar a apendicite
Embora haja falta de consenso sobre a função do apêndice, não há dúvidas de que quando o órgão apresenta problemas, ele precisa de cuidado imediato. A apendicite é uma inflamação aguda do apêndice por obstrução do órgão e ocorre de maneira natural e imprevisível. Se não for tratada corretamente, a doença tende a levar a quadros mais graves e até mesmo à morte. O segredo é diagnosticar com rapidez, diante de alguns sinais.
Segundo o Ministério da Saúde, entre os sintomas da apendicite aguda estão dor abdominal pontual, contínua e localizada que pode irradiar com o tempo, febre, falta de apetite, náusea, vômito e um mal-estar geral. Os sinais podem ser confundidos com uma disfunção alimentar.
Mas é preciso ficar atento à apendicite crônica, na qual esses sintomas se manifestam de maneira branda, fazendo com que a doença se dê de forma arrastada. O diagnóstico das duas formas é feito por meio de exames clínicos, físicos e de imagem, como a ultrassonografia ou a tomografia do abdômen.
Tratamento cirúrgico
O tratamento da apendicite é a remoção imediata do órgão. Segundo artigo publicado na Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), a chamada apendicectomia reduz o risco de complicações como perfuração, sepse e óbito.
A cirurgia deve ser realizada em até 24 horas, por videolaparoscopia ou de forma convencional. No primeiro caso, o procedimento é feito através de três cortes de um centímetro cada, nos quais são introduzidos câmera e instrumentos cirúrgicos para realizar o procedimento.
A cirurgia convencional é utilizada quando o apêndice está muito dilatado ou já se rompeu. Nesse caso, é feito um corte de cerca de cinco centímetros no abdômen, do lado direito, para se obter maior manipulação da região.
A recuperação das cirurgias por videolaparoscopia é mais rápida e deixa uma cicatriz quase imperceptível. Já na convencional, a recuperação é mais demorada e a cicatriz fica mais evidente.
Ambas operações duram entre 30 e 60 minutos. O tempo de internação é de um a três dias, com recuperação de uma semana a um mês.