Início do plantio das espécies nativas do Cerrado e recuperação da área – Fotos: Neylon Jacob
Hospedar-se em uma cabana, visitar cachoeiras ou grutas, praticar rapel, arvorismo ou conhecer as belezas de uma reserva natural. O ecoturismo tem conquistado cada vez mais adeptos e Goiás desperta para ampliar as experiências dos turistas. De acordo com Organização Mundial do Turismo (OMT), essa modalidade cresceu de 15% a 25% nos últimos cinco anos.
Com a necessidade de se ter maior distanciamento social após o advento do coronavírus, esse potencial cresceu ainda mais. De acordo com o Relatório Booking.com de Viagens Sustentáveis 2021, 78% dos mais de 29 mil viajantes entrevistados em 30 países, incluindo o Brasil, afirmam que a pandemia incentivou a fazer viagens mais sustentáveis. Os dados revelam que a preocupação em relação à ameaça à vida selvagem e habitats naturais (38%) e a superlotação de lugares turísticos e destinos (30%) estão entre as principais preocupações dos viajantes nos últimos meses.
Essa tendência está fazendo com que Goiás saia na frente em desenvolver projetos de imersão junto à natureza. Um dos exemplos é o Moriá Village, estância localizada em Pirenópolis, que está desenvolvendo projeto com 12 cabanas em uma área de 20 mil metros quadrados. O empreendedor Neylon Jacob conta que escolheu uma área outrora destinada à pastagem para gado para ser recuperada e transformada em um reduto ambiental.
“Foram plantadas cerca de 600 mudas de árvores típicas da nossa região, o Cerrado, devemos plantar ainda mais nos próximos meses. Com isso, o objetivo é deixar a estância com 40% da área com árvores nativas, iniciando pelas áreas ao redor do empreendimento e, posteriormente, incluindo as espécies entre as casas”, destaca Jacob. “Nosso objetivo é resgatar a fauna e a flora da região com plantio de plantas como a gabiroba, a mangaba, o ipê, aroeiras, barus… Assim, poderemos atrair espécies animais, principalmente aves, como periquitos, tucanos e araras-azul”, destaca o empreendedor, que ainda destaca que a iniciativa faz parte de uma parceria com o projeto ProFloresta, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Cabanas
Além da integração com a natureza, árvores serão plantadas entre as cabanas para garantir a privacidade dos turistas. Das 12 cabanas planejadas para o empreendimento, duas já estão prontas para receber casais. A primeira é a Sunset Rooftop House, que será a primeira cabana com lounge no rooftop em Pirenópolis, com spa privativo. Construída em um container, terá acabamento interno é todo feito de madeira, “dando uma sensação mais clean e aconchegante, além de cumprir a proposta da temática do campo”, destaca Jacob.
Já a segunda casa, a Pop-up Tiny House, também é uma tiny house feita com container e que terá um telhado verde, um deck móvel com mesa e camas retráteis e um cinema a céu aberto. Segundo Jacob, o empreendimento segue o conceito sustentável e minimalista. “Buscamos explorar esse modo simplificado de viver, mas garantindo a qualidade de vida”, destaca o empreendedor. As duas casas foram idealizadas pela Karacol Containers.
Ainda com objetivo de atender os casais visitantes da região, o espaço contará futuramente com uma área de lazer com restaurante e espaço de coworking. A expectativa é de que esse espaço ainda tenha uma área destinada ao piquenique e que proporcione aos visitantes uma vista privilegiada para o pôr do sol em meio às serras de Pirenópolis. “São espaços esperados pelos viajantes, principalmente esse espaço que permite comodidade e mais contato com a natureza”, destaca Jacob.
De acordo com o empreendedor, as duas cabanas proporcionarão experiências únicas ao oferecer produtos e serviços exclusivos. “Para proporcionar momentos agradáveis, essas novidades do Moriá contará com uma linha exclusiva de amenities e um enxoval de 400 fios. Os primeiros hóspedes ainda contarão com cortesias de vinhos durante o primeiro mês”, detalha Jacob. A estância ainda oferecerá pacotes com cestas campais, vinhos especiais, spa e espaços para a prática de yoga. Cada cabana ainda contará com uma área com fogueira para proporcionar que o hóspede tenha uma sensação possa acampar sem perder o conforto oferecido pelo espaço.
Benefícios
O Moriá Village é uma extensão da estância Shambala Piri, mas projetado e construído para atingir o público formado por casais. Além do plantio de mudas de espécies nativas, o novo empreendimento contará com outras novidades que visam a preservação ambiental. Uma delas é a instalação de um sistema biodigestor para tratamento do esgoto da estância. Entre as vantagens do sistema estão a impermeabilidade do solo, pois garante que os dejetos não entrem em contato com o solo, e a remoção de cerca de 80% dos poluentes.
No sistema biodigestor, o esgoto é conduzido até a tubulação de entrada do sistema, sendo direcionado para o fundo do produto, iniciando o processo de tratamento em fluxo ascendente (de baixo para cima). As bactérias do processo anaeróbico ficam aderidas ao meio filtrante e iniciam o processo de digestão da matéria orgânica. Os resíduos tratados são levados até a superfície do sistema e são encaminhados para a tubulação de saída, onde poderá ser descartado com menos prejuízo ao meio ambiente.
Para mais informações, acesse: www.temporadaempiri.com.br.
