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Há dois anos, desde a descoberta do Sars-CoV-2, novo coronavírus responsável pela transmissão da Covid-19, uma série de desafios foi lançada para a humanidade. Numa corrida contra o tempo, seria preciso descobrir como evitar a propagação da doença, dar o tratamento adequado às pessoas infectadas e desenvolver uma medicação que possibilite a solução do problema.
Pesquisadores e cientistas de diferentes países se uniram nessa jornada e, assim, foram possíveis avanços como o desenvolvimento de vacinas, que têm possibilitado o maior controle dos índices epidemiológicos e a redução do número de óbitos. No entanto, a corrida em busca de um medicamento para a Covid-19 ainda continua.
Laboratórios e universidades do mundo inteiro, inclusive do Brasil, têm trabalhado nesse objetivo. A expectativa é que, em breve, o mercado possa disponibilizar esse tipo de medicamento. Para isso, estão sendo realizados muitos estudos e uma série de testes.
Dentre as alternativas pesquisadas, há aquelas que se enquadram na condição de “medicamento especial”, que é quando há emprego de alta tecnologia na produção do fármaco, que pode exigir condições diferenciadas para a manutenção e o transporte.
Uma vez disponibilizados ao mercado, a compra de medicamentos especiais segue os parâmetros definidos pelo órgão regulador que, no Brasil, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Andamento das pesquisas
Desenvolvido pela Merck Sharp & Dohme (MSD) e a Ridgeback Biotherapeutics, o
medicamento molnupiravir foi aprovado em caráter emergencial no Reino Unido. De acordo com os estudos, o uso do fármaco diminuiu em 30% as internações e os óbitos de pacientes do grupo de risco da Covid-19.
O Reino Unido aprovou a administração do medicamento, que tem o nome comercial de Lavregio, para pacientes que não estão necessitando de oxigênio ou não correm o risco de desenvolver a forma grave da doença.
Outras alternativas seguem sendo pesquisadas. O Instituto Brasil de Pesquisa Clínica (IBPClin) é o responsável por conduzir os testes de tratamentos desenvolvidos pelas empresas Pfizer e Clene Nanomedicine no país. Para isso, estão sendo recrutados dois grupos de voluntários.
O primeiro grupo reúne pessoas diagnosticadas com a Covid-19 que estejam na fase inicial da doença. Eles recebem o medicamento, desenvolvido à base de nanotecnologia pela Clene Nanomedicine, para avaliar a reação do vírus.
Já o segundo grupo participa dos testes com um antiviral da classe dos inibidores de protease, associado ao ritonavir, desenvolvido pela Pfizer. Esses voluntários não foram diagnosticados com a doença, mas têm alguém em casa que testou positivo. O estudo pretende avaliar se o tratamento impede a contaminação.
Outra possibilidade que vem sendo testada no Brasil é a do medicamento Azvudine. A pesquisa é conduzida pela HRH Holdings Brasil-China, em parceria com o Instituto Galzu e a Santa Casa de Misericórdia de Campos, sendo realizada no Brasil, na China e na Rússia.
O trabalho foi iniciado em novembro de 2020 e, neste ano, foi aprovado pelos órgãos reguladores do Ministério da Saúde, inclusive, a Anvisa. No momento, é aguardada a revisão e a liberação do estudo pelas autoridades de saúde. Após este parecer, os dados sobre a pesquisa serão divulgados. O Azvudine tem sido testado com pacientes em estado moderado ou grave da doença, para a avaliação da diminuição da carga viral.