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Casos de estresse aumentam alerta com a saúde bucal

 

Os casos de estresse quase dobraram no Brasil a partir do início da pandemia. E as crises tendem a resultar em impactos negativos para a saúde bucal. Isso porque o estresse é uma das doenças emocionais que causam múltiplos efeitos no organismo, a começar pela porta de entrada do sistema digestivo. Isso contradiz a visão de quem acredita que cárie e gengivite são os únicos problemas que incidem na boca.

“Na verdade, a boca é um termômetro da saúde ou de uma alteração hormonal do cliente. Uma pessoa com quadro de depressão ou ansiedade costuma sofrer as conseqüências de seus quadros clínicos nos dentes ou na gengiva”, explica o cirurgião-dentista Dr. André Luiz Pataro, doutor (PhD), mestre e graduado em pela UFMG. “É importante conversar com o cliente. Uma doença gengival – como gengivite ou periodontite – é um problema a se resolver, mas conhecer a origem do problema também é um caminho para a cura”, acrescenta.

No caso dos clientes com estresse, os problemas mais comuns que recaem na boca são: afta, herpes, ressecamento bucal (também conhecido como xerostomia), cárie, gengivite e bruxismo. Outro agravante é que as pessoas que passam por um estresse costumam sabotar a higiene bucal, deixando a escovação adequada de lado. Associado aos demais sintomas, adverte Dr. Pataro, esse comportamento representa um perigo para os dentes.

Uma pesquisa realizada pelo Journal of Periodontology, ligado à Academia Americana de Periodontia, confirma isso: 56% das pessoas entrevistadas admitiram que o uso da escova de dentes e do fio dental ficaram comprometidos devido ao estresse.

“A saliva tem o papel de remover micro organismos em excesso que invadem a boca. Mas num ambiente seco, provocado pela xerostomia, e sem a limpeza correta, a presença dessas bactérias se transforma num perigo iminente contra os dentes. É um prato cheio para produzir problemas graves, como uma cárie ou uma gengivite”, afirma o cirurgião-dentista.

Tratamento

Além de recorrer ao dentista para cuidar dos dentes, Dr. Pataro recomenda ir na raiz do problema. “Procurar um profissional que atue com doenças emocionais é outro passo importante. A boca sofre as conseqüências do estresse, mas não adianta lutar apenas contra os efeitos sem levar em consideração as causas. Elas também precisam ser enfrentadas de frente pelo cliente”, observa.