Pouco conhecido, o Tumor de Hipófise é uma doença hormonal neurológica que surge quando há um crescimento desordenado das células da glândula hipófise, considerada a principal glândula do organismo. De acordo com pesquisas, estima-se que os tumores da hipófise representem entre 10% a 15% dos tumores intracranianos.
De acordo com a neurocirurgiã, Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), a hipófise é responsável por regular o funcionamento da maior parte das demais glândulas endócrinas, ou seja, as que produzem substâncias que desempenham diferentes funções no corpo humano, como a tireóide, por exemplo.
Segundo a especialista, a hipófise está dividida em duas áreas, sendo a neuro-hipófise e a adeno-hipófise. “A hipófise, quando afetada, pode desencadear uma série de complicações e doenças por desequilíbrio na produção de hormônios, como crescimento de mãos e pés (excesso do hormônio de crescimento), infertilidade, ganho importante e súbito do peso corporal, hipertireoidismo entre outras”.
Diferente de outros tumores, o de hipófise é originado no próprio local, no cérebro. Em sua grande maioria são lesões benignas, geralmente adenomas. “Os tumores apresentam crescimento lento e muitas vezes demoram para serem diagnosticados. Em geral, o diagnóstico da doença ocorre por conta do excesso de hormônios ou por alguma alteração neurológica decorrente desse crescimento tumoral, como a perda da visão”, explica a especialista.
Sintomas da doença e tratamento
A neurocirurgiã destaca que é fundamental ficar atento aos sintomas. “São diversos os sintomas, pois dependem do hormônio afetado. Além disso, o tamanho do tumor influencia muito no quadro de sintomas, variando em cada caso”.
Os sintomas mais comuns da doença são a perda de visão, crescimento de mãos, pés e língua, infertilidade, impotência sexual, ganho súbito e desproporcional de peso, entre outros.
O tratamento da doença pode ser feito através de cirurgia, podendo ser usada a técnica por vídeo minimamente invasiva, medicamentos que controlem a produção hormonal ou radioterapia, caso necessário. “O tratamento para cada caso deve ser individualizado e definido pelo especialista”, esclarece Danielle.
Sobre Danielle de Lara
Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de “MinimallyInvasiveSkull Base Surgery” em “The Ohio StateUniversity MedicalCenter”, Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.