Os aeroportos brasileiros iniciaram a exigência do comprovante de vacinação para passageiros que chegam de outros países, seguindo a decisão do Supremo Tribunal Federal. A checagem é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é um ação que pode ajudar na contenção da variante Ômicron, que se tornou dominante na África do Sul e tem se espalhado pelo mundo. Para o médico infectologista da USP e professor da pós-graduação médica da Sanar, Álvaro Costa, a medida é importante, principalmente neste momento, com a intensificação do número de pessoas viajando por conta das festas de fim de ano.
“O controle das pessoas que entram através do passaporte vacinal e do exame de PCR são estratégias que podem sim ajudar na contenção dos casos”, explica. Ele destaca ainda que o desafio do controle das fronteiras aeroportuárias precisa ser feita com intensidade e é mais fundamental para se evitar medidas mais drásticas como a proibição da entrada das pessoas no país.
Até o momento ainda há muitas dúvidas sobre a nova variante. Segundo Álvaro, o que se tem é a suspeita de que a Ômicron tem uma transmissibilidade maior, mas que também pode não ser responsável por formas graves da doença, principalmente entre os vacinados.
“É preciso continuar estudando a variante, mas as células de memória desenvolvidas com as vacinas não devem se perder totalmente. É provável que a gente não tenha uma perda total de imunidade, principalmente na proteção das formas graves da doença”, afirma o infectologista.
Neste sentido, a vacinação e as medidas de proteção continuam sendo as melhores formas de se proteger da Covid-19. “Com certeza quem está completamente vacinado tem mais chance de não desenvolver as formas graves da doença, e por isso os laboratórios já estudam a efetividade de doses continuadas para reforçar o nível de proteção”, analisa Costa.
Festas de final de ano e carnaval
Para o período do final de ano, é natural as pessoas se reunirem para confraternizar em família. Desta vez, com a vacinação, é possível fazer encontros com uma margem maior de segurança. Na visão do médico infectologista Álvaro Costa, promover uma reunião familiar, com as pessoas vacinadas e um certo controle do ambiente é diferente de uma festa de proporções maiores, como o carnaval.
“Neste tipo de festa, as pessoas ficam aglomeradas por muitas horas. Historicamente é comum vermos surtos de doenças infecciosas após o carnaval, e por isso é importante pensar neste risco relacionado a proximidade contínua, mesmo em um ambiente aberto e ventilado, já que as pessoas não vão usar máscaras”, pondera.