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Quando se fala do avanço tecnológico no século XXI, o setor da tecnologia digital é o que vem à mente primeiro. A verdade, no entanto, é que não são somente os computadores que ficam mais rápidos e as atividades cotidianas, como pagamentos e contatos, que se tornam mais eficientes. A tecnologia afeta todos os aspectos da vida e todos os mercados envolvidos, incluindo o têxtil.
No século XX, a revolução veio com a criação das fibras sintéticas. Na atualidade, damos um passo à frente com a possibilidade de tecidos inteligentes. Esses tecidos são fabricados a partir dos estudos da nanotecnologia, biotecnologia e inteligência artificial. Eles são multifuncionais e podem cumprir inúmeras funções inovadoras.
São três os tipos de tecidos inteligentes atuais. Os passivos, que possuem sensores e absorvem informações do ambiente; os ativos, que podem memorizar essas informações e se adaptar a elas de maneira limitada; e os ultrainteligentes, que possuem microcomputadores embutidos e podem absorver informações e se adaptar completamente.
Já é possível, por exemplo, fabricar roupas de banho que permitem a passagem do sol, para que o bronzeado aconteça mesmo com a pele coberta. Outros tecidos também retêm a forma do usuário, protegem contra os raios UV e muitas outras funcionalidades que visam garantir o conforto e a adaptabilidade de quem veste a peça.
O dri-fit, por exemplo, é um tecido usado na fabricação de roupas para atletas, que absorve e evapora o suor rapidamente, ajudando a dissipar o calor. O Emma, da empresa referência na tecnologia têxtil Rhodia, é capaz de absorver o calor do corpo e transformá-lo em raios infravermelhos, que melhoram a circulação sanguínea.
As possibilidades são muitas, o cenário é quase futurista e o mercado já pode sentir os efeitos desses avanços. Segundo o relatório, de junho de 2017, Smart Textiles and wearables: market, applications and technologies, feito pela consultoria de pesquisa Científica, os avanços tecnológicos da indústria têxtil têm potencial para impulsionar o mercado da moda na quantia de até 130 bilhões de dólares até o ano de 2025.
Muito além de antimanchas, antimicrobianos e antiverrugas, os tecidos inteligentes contam com a nanotecnologia para revolucionar, remodelar e definir o futuro da indústria. O passo com que a mudança chega é rápido e se faz cada vez mais presente.
Em alguns anos, os tecidos inteligentes poderão ser maioria no mercado, dando origem a todo tipo de peça de vestuário – de calças Levis a cuecas Zorba. A popularização e a acessibilidade desse material em peças do cotidiano de todas as classes não é uma realidade distante.