Foto ilustrativa/Pixabay
A hospitalização de 26 mulheres após consumires bebidas alcoólicas em bares, baladas e casas noturnas de Curitiba fez acender o sinal de alerta da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar). A entidade prepara o lançamento de uma campanha para incentivar os estabelecimentos de gastronomia e entretenimento indicarem a origem dos produtos oferecidos aos clientes.
A iniciativa, com apoio das secretarias estaduais da Fazenda e da Justiça, Família e Trabalho do Paraná (Sejuf), quer evitar que o setor corra o risco de vender produtos “batizados”. As mulheres que precisaram de internamento hospitalar, entre elas três universitárias, consumiram bebidas oferecidas gratuitamente nas chamadas festas open bar.
“Nossa intenção é incentivar os estabelecimentos a indicarem onde foram adquiridos os produtos, seja em adegas, distribuidoras ou supermercados”, disse o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo. A campanha vai colaborar, de forma indireta, no combate ao contrabando, falsificação, sonegação e descaminho interestadual.
O combate a este tipo de delito é uma luta antiga da entidade, em apoio aos estabelecimentos que trabalham de acordo com as normas. A Abrabar tem brigado para que as bebidas tenham procedência e sejam verificadas por notas fiscais, ressaltou Fábio Aguayo.
Fronteiras
O Paraná, segundo o presidente, está localizado em uma região de fronteira terrestre com dois países (Paraguai e Argentina), o que facilita o contrabando e descaminho internacional. “Estes fatores geográficos facilitam o acesso a bebidas falsificadas e isso incomoda muito nosso setor, porque empresários sérios buscam trabalhar dentro da legalidade”, disse.
Aguayo lembra ainda que, durante a pandemia covid-19, foi registrado um crescente de festas clandestinas, o que demandou muito esse tipo de bebida (falsificada ou contrabandeada). “Inclusive, acredito que possa ter acontecido em um evento assim”, ressaltou, destacando que a entidade irá apoiar a fiscalização e “está do lado da Justiça”.
A Abrabar procurou as principais adegas de Curitiba, incluindo as lideres do mercado de bebidas quentes que promovem ações no sentido de qualidade do produto para garantir proteção ao consumidor. “A clandestinidade e o mercado ilegal são problemas enormes que devem ser enfrentados com medidas efetivas”, disse Marcos Almeida, CEO da Adega Mufs, 25 anos no mercado de vinhos e destilados e uma carta de 2,5 mil clientes.
Cuidados
Os casos envolvendo as mulheres hospitalizadas após consumo de bebidas alcólicas em bares de Curitiba, foram relatados à Sejuf. Segundo a denúncia, elas teriam ingerido taças oferecidas gratuitamente e terminaram a noite carregadas por familiares e amigos, dirigidas a hospitais da capital, totalmente inconscientes.
As denúncias ao Departamento de Justiça/Núcleo do Departamento de Tráfico de Pessoas (DEJU/NETP) apontam que elas podem ter consumido bebidas ‘batizadas’. “Todas podiam tomar quantos gins quisessem até às 20h30. Cerca de duas horas depois, passaram a se sentir cansadas, desejando deitar”, relatou o secretário Ney Leprevost.
“Em 15 minutos, mal respondiam o que lhes era perguntado, permaneciam com os olhos arregalados, sem conseguir formular frases ou raciocinar. Estavam sem forças para andar, não conseguiam falar”, completou. No dia seguinte ficaram sabendo que outras tinham passado pela mesma situação. A Sejuf orienta à população a denunciar este tipo de delito.