Pular para o conteúdo

Histerectomia: quando a retirada do útero é necessária

 

O útero é um órgão feminino bastante complexo, que pode ser afetado por algumas complicações ao longo da vida. Em alguns casos, a histerectomia é o tratamento mais indicado, mas as dúvidas sobre o procedimento e qual o método a ser adotado ainda são comuns entre as mulheres.

Segundo o Dr. Thomaz Gollop, médico ginecologista e professor colaborador de ginecologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí, a histerectomia é um procedimento cirúrgico, que consiste na remoção do útero para tratar alguma patologia.

“Ela pode ser indicada para o tratamento de doenças benignas, como miomas, ou no caso de doenças malignas, como o câncer, entre muitas outras situações. A recomendação da cirurgia é realizada após a análise individual da paciente e de alguns exames que ela provavelmente realizará, a pedido do médico”.

Tipos de histerectomia

Esta cirurgia é bastante frequente em mulheres em idade reprodutiva e também fora dela, atrás apenas da cesárea, e pode ser realizada de diferentes formas.

·        Histerectomia abdominal

Nesse método, o útero é removido através de uma incisão abdominal baixa, similar à da cesárea. É uma das formas mais tradicionais. Tem um pós-operatório que necessita alguns cuidados e acarreta em uma recuperação um pouco mais lenta.

·        Histerectomia laparoscópica

Nessa cirurgia, o útero é solto pelo cirurgião por meio de longas pinças, através de pequenas incisões no abdômen. O processo é todo acompanhado por vídeo. Na sequência, o útero é removido pela vagina ou pelas próprias incisões abdominais, após sua fragmentação. Este método, por ser menos invasivo, geralmente proporciona uma recuperação pós-cirúrgica mais rápida.

·        Histerectomia vaginal em útero sem prolapso

Esse método faz a remoção do útero através da vagina, sem cortes abdominais. É o menos invasivo em relação aos anteriores. Desse modo, quando não há ressalvas, é o mais indicado às pacientes.

Benefícios da histerectomia vaginal

Por contar com um pós-operatório menos doloroso e uma recuperação mais rápida, permitindo que a mulher retorne às suas atividades em pouco tempo, a histerectomia vaginal costuma ter custos reduzidos em relação aos outros métodos (histerectomia laparoscópica e robótica) e riscos menores. Há, ainda, a vantagem na questão estética, já que não deixa cicatriz.

“Apesar de ser mais recomendada em casos de prolapso (queda do útero), essa cirurgia também pode ser realizada para tratar outros quadros, como miomas, e já há estudos que eliminam algumas contraindicações que até pouco tempo atrás impediam a realização do procedimento, como a ausência de prolapso, tamanho maior do útero, cirurgias abdominais prévias ou ausência de parto normal”, afirma o Dr. Thomaz.

De qualquer forma, a indicação do procedimento depende de avaliação individual e só poderá ser confirmada pelo médico ginecologista, especialista no assunto. Ele deverá, entre outras questões, avaliar a amplitude da vagina, a estrutura óssea da pelve, além de solicitar exames específicos para a avaliação pré-operatória.

Pós-operatório

Os sintomas comuns no pós-operatório da histerectomia são alteração no funcionamento do intestino, acúmulo de gases e inchaço abdominal. Pequenos sangramentos também poderão ocorrer. Qualquer sintoma diferente daqueles alertados pelo médico devem ser observados e comunicados pela paciente o quanto antes.

“O tempo exato de repouso e recuperação varia de acordo com cada caso. As atividades físicas e sexuais devem ser retomadas apenas após a avaliação e liberação do médico. A libido da mulher não é alterada após a histerectomia, no entanto, como seu útero foi removido, ela não poderá mais engravidar”, destaca o especialista.