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Você certamente já leu a palavra “gatilho” em algum meme compartilhado no Twitter ou no Instagram, mas você sabe o que é um gatilho?
Apesar do tom humorístico que a palavra ganhou nos últimos anos, ela pouco tem a ver com seu sentido original. O gatilho pode ser uma mensagem no WhatsApp, uma imagem em algum post, um diálogo em um filme ou até um desconhecido na rua. Um acontecimento banal para muitas pessoas pode fazer com que outra pessoa reviva um momento traumático.
Esse “disparo de traumas” é chamado de gatilho emocional e pode acionar uma infinidade de memórias ruins, que podem interferir no humor e no comportamento da pessoa afetada, influenciando seu comportamento social e suas decisões.
Os disparos desencadeiam sensações desagradáveis, porque, ao contrário do que muitas pessoas pensam, as memórias não são “arquivadas”; elas se interligam por caminhos entre sentimentos, experiências e sensações, e esses disparos acionam um padrão no modo de sentir e agir, para que a pessoa possa se proteger de algo ruim que ela viveu que pode ser desestruturador ou perigoso.
Nem todo gatilho aciona a mesma coisa em diferentes pessoas, pois os indivíduos possuem seus próprios repertórios de gatilhos emocionais. Por exemplo, uma pessoa pode estar procurando por promoções de iPhone na Black Friday ou assistindo a um vídeo de receita e se deparar com alguma palavra que desperte algo nela, mas que não vai causar a mesma reação em outras pessoas.
Identificando gatilhos
Apesar de ter viralizado como meme na internet, identificar um gatilho não é fácil. Seu inconsciente reconhece o gatilho, mas você pode nem notar o impacto nos seus sentidos de forma consciente. Por isso, é importante estar sempre atento para os seus sentimentos durante o cotidiano. Quando se sentir triste, desanimado ou ansioso, sem motivo aparente, faça uma retrospectiva de como foi seu dia e tente identificar o que pode ter causado essa sensação em você.
Observar as suas reações e os seus sentimentos em contextos diferentes: assim, são maiores as chances de identificar os seus próprios disparos emocionais. Praticando a auto-observação e aumentando o nível de autoconhecimento, é possível identificar e até controlar algumas atitudes impulsivas, antes mesmo de vivenciar a repentina mudança de humor.
Se os gatilhos forem muito intensos, te despertarem sentimentos muito impulsivos ou te deixarem muito deprimido, não hesite em buscar ajuda profissional. Todas as pessoas com suas particularidades merecem ter uma vida plena, baseando suas decisões de forma racional, e não por disparos automáticos.
É preciso empenho e muita reflexão para trabalhar as vulnerabilidades possíveis. Não é fácil, mas é possível não se deixar afetar com as relações inconscientes entre situações presentes e passadas.