O Rio de Janeiro e outros estados brasileiros estão em ritmo de flexibilização do uso de máscaras, medida preventiva no combate à transmissão da Covid-19.
Especialista em imunologia e medicina desportiva, o médico João Marcello Branco fez uma análise da nova fase que o país começa a encarar. Segundo o profissional, a liberação do uso de máscaras em locais abertos será benéfico principalmente para a saúde dos alérgicos, que apesar de pouco se falar sobre isso, sofreram muito com o uso deste meio de proteção contra o novo coronavírus.
“O que quase ninguém levanta até o momento é o quanto as doenças infectocontagiosas por auto contaminação devido ao uso crônico da máscara afeta pessoas que sofrem, por exemplo, de rinite alérgica, sinusite. Ao ficar o dia inteiro com a máscara, há um grande aumento da umidade e a translocação de bactérias da boca pro nariz. Essa questão de compartilhamento de ar entre pessoas que treinam em ambiente aberto, que frequentam praias, tem índices menores de contaminação do que pessoas em ambiente fechado”, explica o médico.
Apesar de concordar com a liberação do uso de máscara ao ar livre, o profissional ainda defende o uso da proteção em ambientes fechados.
“A máscara entra num fator positivo quando se fala de higiene pessoal, evitando o aerosol liberado pelo indivíduo ao tossir e espirrar, diminuindo a possibilidade de contaminação por indivíduos testados positivos para a Covid-19. O uso da máscara não foi algo preponderante para interromper a pandemia , já que precisamos esperar tanto tempo pela vacina, a população tem uma imunidade de rebanhos. É muito importante o uso de máscara em ambientes fechados, em pessoas que sabidamente estão contaminadas, com sintomas gripais… Mas as pessoas que já tem imunidade adquirida, que estão vacinadas e estão em ambiente aberto possibilitam essa flexibilização até mesmo para evitar outras infecções de vias aéreas”, conclui João Branco.