Ao longo de todo o mês dedicado à amamentação, o Agosto Dourado, ações de promoção, proteção, informação e apoio ao aleitamento materno são intensificadas. Para muitas mulheres, especialmente as mães de primeira viagem, a amamentação é cercada de receios, mas segundo a enfermeira obstetra, Alana Correa, a desinformação antes de iniciar o processo de amamentação é o principal ponto de dificuldade neste momento.
Ela destaca a necessidade de as mulheres estarem preparadas e informadas para a amamentação antes do início deste processo.
– Amamentar parece algo simples, óbvio, da natureza humana, bem fisiológico, mas muitas mães passam por dificuldades, porque pode ser doloroso e um período cheio de dúvidas. Por isso a importância de um profissional de saúde competente e capacitado para auxiliar essa mamãe desde o nascimento do bebê, a apoiando e encorajando ao aleitamento materno ainda dentro da maternidade, e também ao longo do crescimento deste bebê, informa a professora do curso de Enfermagem da Estácio.
Neste momento íntimo e carinhoso da maternidade, o apoio da família e da sociedade também é de extrema importância.
– Amamentar não é tarefa fácil, requer dedicação, entrega, amor e sensibilidade, e a mãe se sentir apoiada neste momento é crucial. O leite materno é o alimento que a mãe deve oferecer a seu bebê exclusivamente até o sexto mês, sendo importante como complemento à introdução alimentar, podendo se estender até os dois anos de idade ou mais. Mas amamentar vai muito além de nutrir, é um ato de amor, carinho e profunda conexão com o bebê. É quando o amor transborda em forma de leite, diz a profissional.
E o momento da amamentação, que representa o fortalecimento de vínculos entre a mãe e o bebê que acaba de vir ao mundo, deve ser estimulado logo após o nascimento.
– Este vínculo é fortalecido no momento da amamentação, já que a primeira relação social do bebê é com a figura da mãe, representada pelo seio materno. O leite, o calor e o contato com o corpo da mãe, seu cheiro e voz, que o bebê já reconhece, e o som dos batimentos cardíacos o acalentam. É assim que ele descobre o mundo e começa a ter consciência de si mesmo, afirma Alana.
De acordo com a enfermeira obstetra, a amamentação e as relações afetivas estabelecidas entre a mãe e o seu bebê são fundamentais também para seu futuro, pois asseguram a construção do psicológico da criança, possibilitando um desenvolvimento saudável da personalidade e dos comportamentos sociais.
– A amamentação traz benefícios recebidos na infância e tem reflexos positivos até a vida adulta, reduzindo riscos de infecções e doenças, por exemplo. E é também através desse relacionamento seguro, contínuo e afetivo que a criança desenvolve a formação da sua autoestima e toma conhecimento do mundo exterior. Desta forma, a privação desse vínculo pode levar a uma série de distúrbios, que irão variar conforme o grau de privação.
Ainda sobre os benefícios para a saúde do bebê, Alana cita a redução de chances de desenvolvimento de alergias, fortalecimento do sistema imunológico e redução da taxa de mortalidade, além de diminuição de episódios de cólicas. E a mãe, durante a amamentação também tem ganhos, como menor risco de câncer de mama e ovário, combate à hemorragia pós-parto e proteção contra doenças cardiovasculares, explica a professora do curso de Enfermagem da Estácio.