O estresse decorrente do cenário atual, tem um impacto profundo no desenvolvimento das crianças, afetando diretamente nas funções do sistema executivo do cérebro, responsável por controlar as emoções, pensamentos e ações na vida social, intelectual e afetiva.
Segundo o neurocientista Nicolas Cesar, as crianças ainda não têm plenamente desenvolvido o córtex pré-frontal, região do cérebro crucial para o monitoramento e ajuste das respostas emocionais, como os adultos, por isso não entendem com clareza o que todos estão vivendo, tornando-se mais influenciadas pelas emoções, especialmente as negativas, que deixam marcas profundas em suas mentes.
Ao vivenciar dificuldades frequentes ou prolongadas em confinamento, como falta de socialização, pobreza extrema impossibilitando uma alimentação adequada, luto e exposição à violência abuso físico ou emocional, acontece o aumento da liberação de cortisol e adrenalina, provocando a curto prazo, preocupação excessiva, transtorno do sono, piora na imunidade, desconforto, dores de cabeça, agitação e irritabilidade.
“Durante a pandemia, as crianças podem ficar mais ansiosas, podem se sentir tristes, por estarem distantes dos coleguinhas, de alguns familiares queridos, ou por terem de passar tanto tempo dentro de casa, reclusas. Além disso, podem ficar irritadiças, pois não compreendem direito o que é a frustração e porque se sentem assim. Em casos mais graves, como diante da perda de um ente querido, podem ficar até mesmo traumatizadas. Por outro lado, a presença dos pais pode, em um ambiente acolhedor para a criança, fazer toda a diferença”, diz Nicolas.
Geralmente os transtornos mentais ocorrem a partir de uma interação entre a genética e as experiências de vida da criança, por serem mais sensíveis a essas situações de vulnerabilidade, caso não estejam vivendo em um ambiente saudável, rico em afeto e atenção, podem desencadear episódios de ansiedade e depressão. Os traumas adquiridos durante a pandemia, pode impactar os pequenos no futuro, em sua vida pessoal e profissional.
Para saber mais sobre o neurocientista Nicolas Cesar, acesse o Instagram: @nicaolasneuro
Sobre Nicolas Cesar
Formado em Ciência e Tecnologia, e Neurociência, palestrante, autor do livro “Neurociente – Por que algumas pessoas são mais felizes que outras”, professor dos cursos online “Neurociência no dia a dia” e “Neuroeducação”. Também do curso acadêmico de Pós-Graduação em Neurolearning. Atualmente participa de uma de linha de pesquisa em percepção de tempo no Laboratório de Cognição Humana da UFABC