Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde no ano passado, mais da metade da população brasileira – 57,1% – apresentou excesso de peso e 21,7% em estágio de obesidade.
Segundo a mesma pesquisa, nos últimos 12 anos o índice de excesso de peso dos brasileiros aumentou 67%. Em um panorama recente, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) divulgou em setembro que mais de 20% dos cariocas engordaram, em média, 3 quilos durante a pandemia.
Não há dúvidas quanto a eficácia do isolamento social na luta contra a Covid-19, porém efeitos colaterais desagradáveis foram sentidos durante a quarentena, um deles é o excesso de peso, causado pela ansiedade, estresse e quebra de rotina. Vale lembrar que engordar não é apenas uma questão estética, mas pode resultar em diversas doenças sérias como diabetes, hipertensão e pressão alta.
“A maioria das pessoas achava que a quarentena duraria apenas 40 dias e isso foi um grande equívoco. Tendo em mente que seria um período de isolamento curto, as pessoas exageraram em relação à alimentação. Muito doce, açúcar, gordura e fritura, tudo que deveria ser regrado estava sendo consumido em excesso, até por uma questão de compensação e pela facilidade de todos os alimentos ao alcance a qualquer hora. Além disso, temos a questão da mudança na dinâmica da casa, afetando diretamente o sono, que por consequência, desregula todo o organismo. No meu consultório, por exemplo, a média de ganho de peso foi 4 quilos.” explica a médica Dra. Márcia Umbelino, especialista na medicina ortomolecular.
O tratamento ortomolecular enfatiza a suplementação das refeições para ajuste dos nutrientes faltantes ou em excesso em cada corpo. Desta forma, combina vitaminas, minerais, aminoácidos e enzimas para uma alimentação mais equilibrada e elimina os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento celular.
Muito além de prevenir doenças e levar a perda de peso, o tratamento traz mais disposição para o indivíduo e ajuda a retardar o envelhecimento. Os resultados podem ser vistos no dia a dia quando aliados a mudanças no estilo de vida.
“A medicina ortomolecular é muito ampla e complexa. Nós usamos suplementos, ingredientes ou certos produtos específicos para cada pessoa e cada aspecto. Um exemplo: já trabalhei com tribulus terrestris, uma erva daninha que só pode ser consumida com recomendação médica. Ela foi receitada para lutadores de artes marciais que buscavam perda de gordura e aumento de massa muscular. Outro exemplo é a garcínia cambogia, uma erva medicinal que modera o apetite, bloqueia gordura e reduz absorção de carboidratos. O tratamento ortomolecular realmente engloba uma variedade de substâncias, indo até em produtos mais comuns como café e guaraná, usados para acelerar o metabolismo” declara a doutora.
O processo geralmente é feito por meio do uso de substâncias mais naturais na alimentação, reeducação alimentar e uso de suplementos, mas precisa essencialmente do empenho do paciente e de acompanhamento qualificado. Apenas um médico ortomolecular pode prover uma dieta personalizada, suprindo as deficiências químicas e fisiológicas, ao mesmo tempo que elimina o excesso de gordura, guiando o paciente para uma vida equilibrada com a saúde preservada.